“Arco e Flecha indígena” busca vaga na RIO 2016

Classificar arqueiros nativos para a Olimpíada do Brasil é a meta do projeto “Arquearia Indígena e Ribeirinha nos Jogos RIO 2016”.

Nesta quinta-feira, 22 de agosto, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) assinaram o termo de cooperação técnica para execução do projeto.

Pelos termos do acordo, a FAS fica responsável pela mobilização das seletivas e captação dos talentos nativos nas comunidades indígenas e ribeirinhas. Já o Governo do Estado oferece a estrutura multidisciplinar do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA), alojamento, alimentação e acompanhamento técnico para os atletas na Vila Olímpica de Manaus. Os arqueiros selecionados pelo projeto também receberão do Governo passagens aéreas para as competições regionais, nacionais e internacionais, caso necessitem.

“Além do tiro com arco, o Governo do Estado também vai incentivar a descoberta de talentos na canoagem, que faz parte da nossa cultura, da vida do nosso ribeirinho. O ministro do Esporte Aldo Rebelo já indicou que o Governo Federal fará investimentos na canoagem olímpica com foco nos Jogos de 2016”, afirmou a secretária da Sejel, Alessandra Campêlo.

Para o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, o projeto é uma forma de resgatar a cultura das populações indígenas.
“Com esse projeto, vamos impactar a autoestima dos jovens indígenas. Chegar a uma Olimpíada será a realização de um sonho, mas o primeiro passo nós já demos ao selecionar esses atletas”.

Para Drean Iagoara, 16, da etnia Kambeba, chegar a Manaus já foi uma vitória. Ele mora na região de Cuieiras, no rio Negro, e usava o arco e flecha para caçar e se divertir. Agora, está a um passo de se tornar atleta.

“Gostei muito de usar o arco olímpico e agora espero agarrar essa chance para me tornar atleta e disputar campeonatos oficiais”, disse o garoto, enquanto fazia a transição do arco nativo de paxiúba para o arco olímpico.

AUTORIDADES PRESENTES NA VILA

A solenidade aconteceu no auditório da Vila Olímpica de Manaus e contou com as presenças da secretária da Sejel, Alessandra Campêlo, e do superintende-geral da FAS, Virgílio Viana. Participaram também a coordenadora do projeto, Márcia Lott, o coordenador-geral do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA), professor Ricardo Ribeiro, o técnico especialista de tiro com arco do CTARA, Roberval Santos, além dos atletas indígenas envolvimento no projeto.

ENTENDA O PROJETO

O projeto “Arquearia Indígena e Ribeirinha nos Jogos RIO 2016” começou em fevereiro com a seleção de 80 arqueiros nativos. Eles passaram por uma série de “peneiras” e hoje são apenas 10 atletas, que passarão a segunda temporada de avaliações no Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA). Eles ficarão hospedados na Vila Olímpica de Manaus até a próxima quarta-feira, dia 28 de agosto.

Pelo projeto, três arqueiros indígenas serão selecionados para treinar na capital junto com a equipe de Alto Rendimento. A sugestão da secretária Alessandra Campêlo é que o projeto também contemple as mulheres indígenas.

(Foto: Cleiton Viana)

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