Londres – Considerado por muitos o melhor lutador de todos os tempos do UFC, principal circuito de MMA (artes marciais mistas), Anderson “Spider” Silva, 40, tenta superar o momento mais conturbado de sua carreira. Neste sábado (27), o brasileiro volta ao octógono contra o inglês Michael Bisping, na atração principal do UFC Londres.
Mais de um ano após ser pego no doping e suspensoda organização, “Spider” tenta amenizar a imagem negativa causada pelo uso de esteroides anabolizantes e ansiolíticos (medicamentos que aliviam a ansiedade), na luta contra o americano Nick Diaz, em janeiro de 2015.
Antes disso, ele já havia ficado mais de um ano sem lutar após quebrar a perna em duelo contra Chris Weidman, na sua segunda derrota consecutiva para o americano (a primeira lhe custou o cinturão da categoria peso-médio).
Foram dois anos e meio de questionamentos e instabilidade na carreira do ex-campeão, que até hoje é o dono da maior sequência de títulos defendidos no UFC.
“Sempre lutei para mim. Tento me superar e não tenho que provar nada para ninguém”, disse o lutador à Folha.
Reinado de 9 anos
O brasileiro reinou na categoria por nove anos e, após as derrotas, não mudou em nada a sua preparação.
“Nunca perdi a minha motivação para treinar. É o que eu amo fazer e a arte marcial faz parte da minha vida. Independente dos fatos eu continuei treinando e focado nos meus objetivos”, disse Silva, que não se sente pressionado para a luta.
Além de recuperar o prestígio na categoria dos médios (“Spider” não vence há três lutas), o veterano luta também pela sobrevivência simbólica da “velha guarda” brasileira no UFC –que foi fundamental para a popularização da modalidade no país.
A partir de 2001, lutadores brasileiros como Vitor Belfort, Rodrigo Minotauro, Júnior Cigano e José Aldo, todos encabeçados por Anderson Silva –o mais popular deles– se apossaram do cinturão e se tornaram estrelas mundiais do esporte.
Sem a Globo
Hoje, Fabrício Werdum, 38, e Rafael dos Anjos, 31, são os únicos brasileiros hoje com cinturões no UFC, mas ambos chegaram no topo do circuito somente em 2015. Rafael, no peso-leve, em março, e Werdum, no peso-pesado, em junho.
“Acredito que topo e etc. é uma grande bobagem porque são grandes competidores que estão ali e cada um tem o seu momento. É uma evolução normal do esporte”, disse Silva. “Estou feliz com o que está acontecendo na minha carreira e a oportunidade de lutar em Londres. Claro que se aparecer outra oportunidade de lutar pelo título eu vou fazer, com certeza”, completou.
Diferente das vezes em que defendia o título, a luta de Anderson Silva não será exibida pela TV Globo. Segundo a emissora, a transmissão não acontecerá por causa do horário do evento -na faixa nobre da televisão.
“Por ser realizada em Londres, o horário da luta do Anderson Silva é desfavorável, teria um delay muito grande. Estamos fazendo uma cobertura jornalística extensa, que já começou no fim de semana passado mostrando a preparação de Anderson com matérias no Esporte Espetacular e no Fantástico, e que continuará com o resultado da luta”, afirmou a emissora em contato com a reportagem.
Em 2016, a Globo tem direito a exibir três eventos da organização ao vivo no Brasil e somente no exterior, com atraso.
Amazonianarde-Agencia Folha