Brasilia – O presidente Michel Temer, que assumiu o cargo na tarde desta quarta-feira (31) de forma efetiva, comandou a primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto. Em fala aos ministros, aberta à imprensa, Temer rebateu as acusações de que seria “golpista”.
E, no mais, contestar a partir de agora essa coisa de golpista. Dizer: golpista é você, que está contra a Constituição. Nós não propomos a ruptura constitucional, nós tivemos discrição absoluta. Jamais retrucamos palavras, imprecações em relação à nossa conduta.
Temer inciou uma viagem a China, para um grande compromisso internacional e o Brasil está sendo governado pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia.
A reunião ministerial é o primeiro ato de Temer como presidente efetivo. Ao se referir ao processo de impeachment, o presidente afirmou que foi de uma “discrição absoluta”, e, sem se referir à ex-presidente Dilma Rousseff, afirmou que agora não “levará ofensa para casa”.
“As coisas se definiram, e é preciso muita firmeza.” Ele pediu aos ministros que também rebatam as acusações de quem fazem parte de um governo golpista. “Estou dando desde já o exemplo de que não será tolerado esse tipo de conduta”, declarou.
Reforma da Previdência
Durante seu pronunciamento, Temer pediu à comunicação do governo que faça uma publicidade a respeito da reforma da Previdência “para que a população a entenda”. Ele diz que irá se reunir com as bancadas dos partidos uma a uma para esclarecer dúvidas e sensibilizá-las para aprovar o teto dos gastos e a reforma da previdência.
“Primeiro a do teto de gastos, depois a da Previdência”, declarou o presidente. “Não queremos fazer uma coisa de cima para baixo, queremos ter a compreensão da sociedade brasileira. E acho que já há condições para essa compreensão”, acrescentou.
Ele pediu que os ministros façam reuniões de bancadas com seus partidos para falar sobre a importância das medidas do governo. “Não é um partido que está no poder e que despreza os demais. Ao contrário”, em alfinetada ao PT.
Rumo à China
Momentos após assumir de forma efetiva o cargo de presidente do Brasil, caso se confirme o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, Michel Temer repassará, em caráter interino, o comando do país ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PMDB-RJ).
De acordo com o Planalto, a cerimônia será rápida, protocolar e fechada à imprensa, na Base Aérea de Brasília, pouco antes de Temer embarcar para China, onde participará da reunião da Cúpula de Líderes do G-20, nos dias 4 e 5 de setembro.
Não há até o momento definição sobre o horário da cerimônia, uma vez que depende da conclusão do julgamento no qual o Senado decidirá se a presidenta Dilma perderá ou não o mandato.
Na China, além de participar das reuniões do G-20, Temer pretende se reunir com investidores e participar do encerramento de um seminário previsto para 2 de setembro, em Xangai, do qual participarão empresários brasileiros e investidores chineses. A viagem para a China deve durar cerca de 30 horas.
Nas reuniões com investidores estrangeiros – e nos encontros bilaterais que deverá ter com os líderes da China (Xi Jinping), da Espanha (Mariano Rajoy) e da Itália (Matteo Renzi), além do príncipe da Arábia Saudida (Mohammed Bin Nayef –, Temer pretende sinalizar que o Brasil está retomando sua atividade econômica e, assim, transmitir a ideia de que o país é seguro para receber investimentos.
Nesse sentido, a equipe econômica dispõe de uma lista de projetos que serão concedidos nos próximos meses à iniciativa privada, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, para que sejaa apresentada aos empresários.
Os chineses têm especial interesse em investir na infraestrutura brasileira, principalmente em ferrovias para o escoamento de commodities brasileiras com destino àquele país. O interesse chinês abrange, além de estradas de ferros, aviação, petróleo, e obras de metrô, entre outras áreas de negócios.
Amazonianarde-Agencia Brasil/Uol