Ano Letivo na zona rural começa na segunda

Aulas na zona rural, começam nesta segunda

 

Aulas na zona rural, começam nesta segunda
Aulas na zona rural, começam nesta segunda

Manaus, AM = Começam na próxima segunda-feira, 11, as aulas dos alunos das escolas da zona rural localizadas no rio Negro. Na manhã desta sexta-feira, 8, os estudantes participaram da abertura oficial do ano letivo, na Escola Municipal José Sobreira do Nascimento, na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Tarumãzinho, zona rural.

Este ano, as 29 unidades de ensino do rio Negro atenderão 2.230 mil alunos da educação infantil ao 9º ano do Ensino Fundamental. Destas, cinco são escolas indígenas, onde os estudantes aprendem o currículo comum de forma bilíngue, tanto em português, quanto na língua materna, trabalhando as disciplinas voltadas para a valorização da cultura de cada etnia indígena atendida pela rede municipal de ensino.

Funcionando em calendário diferenciado em função da vazante dos rios, as escolas desta área têm previsão do término de suas atividades para 14 de outubro.

“Nós começamos agora e acabamos em outubro. Teremos dois sábados letivos a cada mês até julho para que sejam completados os 200 dias letivos e as 800h que são exigidas em lei. Na seca, os barcos não têm acesso para buscar os alunos dentro dos lagos e igarapés, ficando inviável a chegada até a escola”, explicou a chefe da Divisão de Distrital Zonal (DDZ) Rural, Edilene Pinheiro.

A secretária da Semed, Kátia Schweickardt, afirmou que, em 2016, o lema para a rede municipal de ensino é “Aluno alfabetizado, garantia de sucesso: um compromisso de todos”. De acordo com ela, o objetivo é promover cada vez mais uma educação de qualidade e focar, principalmente, na leitura e escrita dos alunos da rede em todos os níveis de ensino.

“Estamos abrindo esse ano com boas perspectivas. Essa semana todos os professores participaram da jornada pedagógica, na qual redefinimos alguns princípios curriculares, estamos com foco na alfabetização plena em todas as séries. Penso que motivar os nossos professores e o comprometimento de toda a nossa equipe técnica vai nos ajudar a ter um ano de muitos ganhos para educação das nossas crianças”, disse.

Escolas Indígenas

Das 29 unidades de ensino localizadas no Rio Negro, cinco são indígenas. Essas escolas, de acordo com a gerente pedagógica da DDZ Rural, Marilene Gomes, terão o conteúdo comum, com acréscimo de disciplinas sobre a cultura indígena. “As escolas indígenas têm uma estrutura pedagógica diferenciada.

Elas trabalham com projetos que são desenvolvidos em parceria com a Gerência Indígena da Semed e têm um trabalho que atende a estrutura curricular, mas ela também atende as especificidades dos indígenas, trabalhando a língua e a cultura, pontos centrais”, explicou.

Saudades distintas

O estudante Bruno Rafael de Oliveira, 14, será um dos alunos do 8º ano da Escola Municipal José Sobreira. De férias há dois meses, o garoto disse que os dias livres foram muito divertidos, mas que já estava com saudade de ir à escola. “Eu brinquei muito no igarapé, pegando camarão, caranguejo, mas gosto de estudar e estava com saudade da escola”, comentou.

Sentimento parecido ao de Bruno tem Tamiris Nascimento, 16, que estudou desde a Educação Infantil, no José Sobreira, mas em 2016, cursará o 1º ano do Ensino Médio em uma escola na zona urbana.  “Eu estou triste de certa forma, porque vou deixar minha família, meus amigos, minha casa, meu aconchego para viver na cidade. Mas, tudo isso é para conseguir ser jornalista, que é meu sonho”, conta.

Histórias de vida 

Catarina Lopes, de 45 anos, é a mãe da aluna Vanuza, de 12 anos. Elas moram na Comunidade Vila dos Barões, o mesmo local onde Catarina trabalha como doméstica. Para a mãe, só a educação pode proporcionar uma nova história de vida para sua filha.

“Para mim é uma alegria muito grande ter meus filhos na escola. Eles vão poder ter a oportunidade que eu não tive, poderão ter um futuro brilhante” afirmou.

Vanuza é aluna da oitava série da Escola Municipal José Sobreira, que fica a cinco minutos de barco da comunidade onde mora. O rio funciona como seu principal meio de transporte. Além disso, ela aproveita a natureza para ajudar na concentração na hora de estudar em busca dos sonhos.

“Eu acordo, tomo meu café e sigo para a escola, nesta rotina. Meu sonho é ser uma grande advogada para dar um futuro melhor para a minha família” finalizou.

A realidade de Catarina e Vanuza é a mesma de muitos pais e alunos que moram nas comunidades rurais da Amazônia, onde a cada despedida pela manhã, essas famílias veem na educação a esperança de um futuro melhor para seus filhos.  

Amazonianarede-Semcom

 

 

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