Amazônia usa CO2 como “fertilizante” e fica mais resistente ao aquecimento, revela estudo

Amazonianarede – Com agências internacionais

A floresta amazônica não é tão vulnerável às mudanças climáticas como se pensava anteriormente, revela novo estudo publicado na revista Nature.

Isso acontece porque o “pulmão do mundo” usa o dióxido de carbono que absorve da atmosfera para desenvolver folhas, galhos e raízes, ou seja, o CO2, vilão do aquecimento global, atua como uma espécie de fertilizante para as árvores.

Os pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, afirmam que o estímulo ao crescimento propiciado pelo CO2 pode superar os efeitos nocivos do aquecimento global previstos para este século.

“Não estou mais tão preocupado com uma extinção catastrófica [das florestas tropicais] por causa da mudança climática provocada pelo CO2”, disse Peter Cox, autor principal do estudo. “Nesse sentido, é uma boa notícia.”

O carbono que vira fertilizante, no entanto, volta à atmosfera quando a planta apodrece ou é queimada. O desmatamento da floresta poderia liberar uma grande quantidade de carbono e, portanto, agravar o aquecimento global, provocando mais inundações, tempestades e elevação do nível dos mares (causado pelo degelo nas calotas polares).

Acúmulo de CO2

As florestas tropicais são chamadas de “pulmão do planeta”, porque absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio. Essa quantidade de CO2 que a cobertura florestal absorve, no entanto, oscila ano a ano devido às variações climáticas.

O estudo, então, usou modelos comparativos do crescimento florestal em relação às mudanças nos níveis de CO2 atmosférico e descobriu que os efeitos nocivos do aquecimento podem liberar 50 bilhões de dióxido de carbono que estão acumulados nas florestas tropicais, principalmente na Amazônia, a cada subida de um grau Celsius na temperatura do planeta.

Mas, segundo a análise de Cox, o CO2 fertilizado vai superar as perdas com as emissões e aumentar até 319 bilhões de toneladas de carbono armazenado neste século. Atualmente, estima-se que haja de 500 bilhões a 1 trilhão de toneladas de carbono armazenados nas árvores de florestais tropicais.

“A fertilização pelo CO2 vai superar o efeito negativo sobre a mudança climática, de modo que as florestas vão continuar acumulando carbono ao longo do século 21.” 

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