Amazonas ultrapassa a casa dos R$ 700 mi no crédito imobiliário

Amazonianarede – Jornal do Commercio

Manaus – Até o início de outubro deste ano, a concessão de crédito imobiliário no Amazonas já ultrapassa a marca de R$ 700 milhões. Isso porque só a Caixa Econômica Federal, maior financiadora para aquisição da casa própria, fechou 6.675 mil contratos no período, totalizando R$ 772,3 milhões, 11% a mais em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

De acordo com a assessoria da instituição financeira, a expectativa é superar a meta de R$ 1 bilhão em créditos imobiliários até dezembro deste ano. Em 2011, R$ 992 milhões foram concedidos aos clientes.

Para o vice-presidente do Sinduscon-AM (Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Amazonas), Frank Souza, o desempenho do banco dinamiza o segmento da construção civil e contribui para o aquecimento do setor até o final do ano. “Quanto mais crédito disponível, melhor para o mercado”, destacou.

No entanto ele ressalta que o aumento do crédito não significa investimento em imóveis novos. “Esse montante significa também crescimento em outros produtos como aquisição de imóveis usados e investimentos relativos ao programa do governo federal Minha Casa Minha Vida”, explica.

Além disso, no caso dos lançamentos, segundo ele, o volume de negócios fechados no Estado não permite mais às incorporadoras, financiar os imóveis, o que aumenta a procura dos clientes pelo financiamento direto com as organizações financeiras.

O superintendente da Caixa no Amazonas, Paulo Henrique Ângelo, apontou as reduções sistemáticas da taxa Selic empreendidas pelo governo federal e a redução das taxas de juros para financiamentos imobiliários feita pela própria Caixa (de até 21% no valor da carta de crédito) como os principais fatores que têm alavancado a concessão de crédito deste ano.

Classe C

A presidente do Sindmóveis-AM (Sindicatos dos Corretores de Imóveis no Amazonas), Jane Picanço, explica que o aumento da linha e crédito oferecida pelo banco vem em função da necessidade de atender as pessoas de baixa renda que desejam adquirir um imóvel. “O financiamento da Caixa funciona por níveis. Quem tem renda de R$ 1,5 mil por mês tem direito a uma carta de crédito de R$ 60 mil, por exemplo. É possível que tenha havido um aumento da carta de crédito para clientes com este nível de renda”, especulou.

Segunda ela, aumentar o poder de compra da classe C é importante porque facilita a aquisição do imóvel pelo cliente e o aquecimento do setor e consequentemente da economia do Estado.

“Hoje, não temos em Manaus nenhum imóvel em área central, com documentação regular por menos de R$ 100 mil. Portanto, de nada adiantava oferecer ao cliente de baixa renda carta inferior a esse valor, se nenhum imóvel deste preço obedecia a todas as regras de documentação exigidas pelo banco”, explicitou.

Último trimestre

Para Jane Picanço, a facilidade da concessão do crédito é uma boa notícia também para o mercado imobiliário no final do ano. “Quando o ano vai acabando, o consumidor tende a comprometer sua renda com outras despesas como férias, festas de fim de ano, antecipação da compra de material escolar. Mas, se ele sabe que os juros estão menores e que o financiamento imobiliário está crescendo, isso pode sim aquecer o mercado e mudar esse padrão de resfriamento do setor no último trimestre”, apostou.

Frank Souza, também disse acreditar que a tendência do setor é de crescimento nos últimos meses do ano. Expectativa é romper a meta de R$ 1 bilhão em créditos imobiliários até dezembro deste ano.

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