Macapá, AP – Indígenas de várias etnias do Amapá e norte do Pará, iniciaram na segunda-feira, 14, em Macapá, a Conferência dos Povos Indígenas. A abertura ocorreu no Centro Diocesano de Pastorais, no bairro Jesus de Nazaré. Na pauta do encontro estão listados como prioridade a educação, saúde, terras e transporte nas áreas indígenas. “O governo federal tem uma dívida histórica com nosso povo. Estamos esquecidos em terras distantes, sem atendimento nenhum. A desassistência é gritante. Precisamos que os governantes olhem para nós com igualdade. Apesar das diferenças culturais, temos os mesmos direitos como cidadãos”, disse a líder indígena Simone Karipuna.
O secretário dos povos indígenas no Amapá, Coaracy Gabriel, cobrou do estado a aplicação de uma lei que priorize os indígenas. “Estamos lutando por melhores condições de vida nas aldeias. O homem branco avançou sobre a floresta ocupando nosso espaço. É necessário haver compensações”, afirmou.
Coaracy disse que a educação, saúde e transporte são deficitários em todas as aldeias. “O estado do Amapá envidado esforços para levar atendimento, mas ainda é insuficiente. É necessário que haja um entrelaçamento entre os governos federal e estadual, além dos municípios, juntamente com a bancada parlamentar. Estamos morrendo esquecidos e ninguém atenta pra isso”, disse o secretário.
Coaracy declarou que a população indígena do Amapá é de cerca de 7 mil habitantes. “Somando com os irmãos do Tumucumaque, chegamos a cerca de dez mil. No entanto, além de atender às nossas comunidades daqui, o Amapá ainda assiste aos irmãos do Pará, que foram esquecidos pelos governantes há muito tempo”, concluiu.
Ontem pela manhã os indígenas fizeram a “Marcha dos Povos Indígenas”, que parou a avenida FAB. Os índios marcharam até à Fortaleza de São José de Macapá, onde ficam acampados até quinta-feira, 17.
Fonte: Diário do Amapá