Manaus, AM – Mais de 50 mil alunos de 60 unidades da rede municipal de ensino estão realizando uma experiência diferente com o projeto de hortas escolares que está sendo implantado nas zonas urbanas, ribeirinhas e rodoviárias.
Além de produtos fresquinhos para serem integrados ao cardápio diário, os alunos encontram nesses espaços um verdadeiro laboratório para práticas pedagógicas para entender melhor o planeta, a língua e o raciocínio lógico.
Os espaços são mantidos por recursos recebidos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que destina recursos financeiros em caráter suplementar, a escolas públicas da Educação Básica.
Um técnico agrícola da secretaria orienta as unidades escolares sobre como devem ser o cuidado com as mudas, a plantação e a colheita das frutas, verduras e legumes, segundo Arlene Rosas, coordenadora do PDDE Sustentável na Semed.
Além de utilizadas na disciplina de Ciências, as hortas escolares também servem como laboratórios para que professores trabalhem conteúdos de outras disciplinas como Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, Geografia e História.
Na Escola Municipal Padre Calere, na BR 174, zona Rural de Manaus, os mais de 100 alunos matriculados na unidade recebem orientação do professor Agenor Cruz, que é responsável pela horta inaugurada no dia 23 de julho, e também pela oficina de Educação Ambiental e Horta.
Na unidade são colhidos, diariamente, cheiro-verde, espinafre, couve, cebolinha, pimenta de cheiro, quiabo, maxixe e jambu, que são utilizados no complemento da merenda escolar.
O professor, Janderlande Bastos, do 4º ano do Ensino Fundamental, utiliza o espaço para trabalhar Ciências, destacando a importância das plantas medicinais e hortaliças na alimentação. “Aqui é mais um espaço didático. Os alunos aprendem e utilizam as plantas medicinais e descobrem, por exemplo, que eles mesmos podem fazer remédios caseiros para dor de estômago, dor de cabeça ou qualquer indisposição, utilizando as plantas medicinais”, disse o professor.
Já na Escola Municipal São Judas Tadeu, também localizada na zona rural, que atende 274 alunos de 6º ao 9º ano, são os próprios estudantes, orientados pelos professores, que plantam e colhem os produtos que também são servidos na refeição.
A professora de Ciências, Sheila Rodrigues, diz que a utilização da horta cria responsabilidade aos alunos que estão mudando os hábitos dentro da sala de aula. “Como os alunos tem obrigação de regar, plantar e limpar a horta, esse habito se expandiu para as dependências da escola. Hoje eles não deixam mais as salas sujas, não riscam as cadeiras e nem as paredes e isso é ponto muito positivo”, afirmou a professora.
A aluna, Ketlen Rodrigues Alexandre, 11, do 6º ano, mudou o hábito alimentar depois que começou a comer as verduras servidas na merenda escolar. “A minha mãe sempre dizia pra eu comer verdura, mas eu não gostava muito, comia obrigada, mas como é a gente que cuida da horta, vejo como é gostoso e agora eu não como alimentos industrializados”, disse a aluna.
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