Agronegócios: Avicultores querem 35 mil t de milho para o Amazonas

Thomaz Meirelles

Thomaz Meirelles

Thomaz Meirelles*

Na última sexta-feira, no auditório da Agência de Fomento (AFEAM), a Associação Amazonense de Avicultura, em parceria com a SEFROR e SFA/AM, promoveu importante debate sobre o abastecimento de milho para o estado do Amazonas. O ministério da Agricultura foi representado pelo técnico Silvio Farnese (Coordenador-geral de Oleaginosas e fibras – CGOF/DEAGRO), que demonstrou conhecimento, sensibilidade e muita atenção ao pleito dos avicultores, piscicultores e suinocultores. Ações desse tipo devem ser intensificadas por outros setores da agropecuária, pois estreita o relacionamento com os órgãos de comando, além de ser uma oportunidade ímpar para expor a realidade amazônica. Resumidamente, foram estes os pedidos dos criadores rurais do Amazonas.

Reivindicação dos Criadores Rurais do Amazonas

a) Até o final deste ano, que sejam disponibilizadas, via leilões, aproximadamente 35 mil toneladas de milho para atender avicultores, suinocultores e piscicultores;

b) Continuar a avaliação de um PRÊMIO/BÔNUS diferenciado para o AMAZONAS em razão da complexidade logística que envolvem a região. No recente AVISO 341 e 342, o Nordeste teve R$ 0,20 kg como preço de abertura, e o Amazonas recebeu R$ 0,11 kg. Já houve um avanço, mas entendo que devemos ter um valor ainda mais dierenciado. Nesse aspecto, a FAEA vai articular a elaboração de documento fundamentando as razões de um bônus ainda mais diferenciado;

c) Imediata inclusão da atividade de PISCICULTURA no Programa de Vendas em Balcão e nos Leilões Públicos para atender os pequenos, médios e grandes criadores, bem como as indústrias de ração para PEIXE;

d) Elevar para até 27 toneladas o atendimento no Programa de Vendas em Balcão. Atualmente, o limite é de até 14 toneladas/mês;

e) Utilizando rede privada de armazenagem, credenciada no MAPA, criar polos de venda de milho do Programa de Vendas em Balcão nos municípios de Itacoatiara, Rio Preto da Eva e Manacapuru. Nesse caso, temos de contar com o interesse e a adequação de estrutura por parte da iniciativa privada para o recebimento, tratamento e venda do milho em grãos do estoque público. É evidente que o serviço será remunerado pelo Governo Federal com base em tabela de preço já existente. Entendo que é um caminho interessante a ser seguido, com benefícios ao criador rural, mas que deve ser bem avaliado por ambas as partes;

Tratamento diferenciado ao AM é justo

Ao final do evento, como cidadão amazonense, e percebendo a sensibilidade e a atenção do colega Silvio Farnese, disse que o Amazonas participa com apenas 0,03% da produção nacional de grãos; que por questões ambientais jamais alcançaremos produzir para atender a demanda interna; temos uma das cestas básicas mais caras do país; que a região Norte concentra um grande número de famílias em extrema pobreza; que preservamos para o mundo 98% das nossas florestas, PORTANTO, que nas decisões de Brasília estas verdades sejam consideradas e que nossas demandas sejam atendidas. Contudo, essa dependência de produtos básicos de outros estados é muito preocupante, pois compromete a soberania e a segurança alimentar do amazonense. Em tempos de paz, fica fácil resolver, mas em crises e guerras, a história é outra e o danos econômicos muitas vezes podem ser irreparáveis. Lembro bem que, em 2001/2002 (parece que foi por aí), o estoque público chegou a níveis baixíssimos e, sabem o que aconteceu? Nenhum estado produtor queria liberar milho para outro local, o que é normal, cada um defende seu lado. Vamos torcer para que o fato não se repita, caso contrário, e se ainda não tivermos uma produção interna suficiente, será o fim!!

Objetivo do Programa de Vendas em Balcão

Com o esse programa, o governo permitiu, de forma efetiva, que os compradores de pequeno porte tivessem acesso aos estoques oficiais, com igualdade de condições obtidas pelos médios e grandes clientes, tradicionalmente usuários de compras por meio de pregões públicos. Tal permissiva, em síntese, traduz o reconhecimento de que as condições financeiras e estruturais dos pequenos compradores impõem-lhes permanentes limitações quanto a um suprimento regular de insumos, necessários à manutenção de seus negócios. A falta de capital de giro, incluindo o acesso ao crédito, não permite que os pequenos criadores rurais tenham condições de manter estoques de insumos, tornando-os vítimas das flutuações e oportunismo do mercado. Com a sistematização de ofertas regulares de insumos às propriedades rurais de pequeno porte, assegura-se um contínuo processo de alavancagem de um dos mais representativos segmentos da economia nacional. Propicia-se, assim, a geração de renda e empregos, sobretudo nas áreas rurais mais necessitadas, inibindo, em consequência, o êxodo populacional para os grandes centros urbanos. PARABÉNS a TODOS que participaram do evento da AFEAM!!

Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, administrador, servidor público federal, especialista na gestão da informação ao agronegócio
e-mail para: [email protected]

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