Agronegócio: Setor Rural do AM nas eleições de 2014

06-11tomasThomaz Meirelles*

Acredito que o setor primário saiu fortalecido do processo eleitoral encerrado. Pela primeira vez, em anos de atividade, jamais havia presenciado um volume expressivo de discussões e de debates sobre o desenvolvimento agropecuário do Amazonas. O marco histórico foi, no meu ponto de vista, o evento promovido pelos Sistemas FAEA/SENAR e OCB/SESCOOP que aconteceu no auditório da ULBRA.

Por lá passaram os candidatos Eduardo Braga, Chico Preto, José Melo e Marcelo Ramos apresentado programas, ações e fazendo promessas para mudar a cara do interior e a vida do caboclo. Além de o encontro ter sido amplamente divulgado na mídia local, tudo foi devidamente filmado e fotografado.

Portanto, o setor agropecuário, unido, tem todas as ferramentas necessárias para cobrar o vencedor, o governador reeleito José Melo, para que coloque em prática o programa de governo divulgado e, ainda, que incorpore as boas propostas dos seus adversários, mais as reivindicações da OCB e da FAEA.

Nessa boa batalha eleitoral, estive ao lado do senador Eduardo Braga que me fez o convite para participar, junto com outros amigos, inclusive o saudoso e insubstituível Pedro Falabella (ser humano de inúmeras qualidades), da construção de seu plano de governo para o setor rural do Amazonas. Portanto, sou grato ao senador pelo convite, pela oportunidade de debater com ele o setor rural e, ainda, por ter incluído em seu projeto de governo muitas das propostas por mim sugeridas.

Vida que segue….

Quis o povo que o vencedor fosse o governador reeleito José Melo. Em abril passado, neste mesmo espaço, e muito antes das eleições, direcionei três artigos propositivos ao professor José Melo no exato momento em que ele assumia a “Compensa” no lugar do Omar Aziz. Infelizmente, nada ou pouco andou no setor rural. Hoje, volto a usar as páginas do nosso centenário JC para cobrar as promessas de campanha e apresentar sugestões que possam contribuir com a administração do governador eleito e, de fato, melhorar a vida do caboclo do interior.

Por onde começar

No evento rural da ULBRA, as perguntas direcionadas aos quatro candidatos foram idênticas e disponibilizadas antecipadamente. Todos, e logicamente está incluído o professor José Melo, reeleito no dia 26 de outubro passado, afirmaram que a gestão no Sistema SEPROR seria técnica; que o IDAM seria fortalecido; o orçamento ampliado e a regularização fundiária e o licenciamento ambiental definitivamente resolvidos. Hoje, o comando da SEPROR está com o Valdenor Cardoso (Bolacha) que assumiu a secretaria no momento em que pouquíssimos acreditavam na vitória do professor, é um bom técnico, conhece o setor rural e, segundo relato do próprio “Bolacha”, a secretaria estava com inúmeros problemas internos que impediam avanços expressivos. Espero que, caso seja feita alguma mudança na Sepror, o governador não se esqueça da promessa assumida no auditório lotado da ULBRA com relação ao perfil técnico do secretário.

400 dias sem Garantia Safra

Reconheço as inúmeras demandas direcionadas ao governador, Sepror e SDS, mas é inadmissível e um descaso com o ribeirinho o nosso estado não ter aderido ao Programa Garantia Safra que garante R$ 850 reais em momentos de cheia e seca dos nossos rios. Na última cheia, por falta da adesão ao programa, deixamos de beneficiar 10 mil ribeirinhos. Quem acompanha esta coluna sabe, perfeitamente, que venho defendo esse instrumento há bastante tempo.

Em 2013, quando o ministro Pepe Vargas (MDA) esteve no gabinete do governador Omar Aziz, lembro bem (eu estava lá, levado pelo Vizolli) que foi o próprio professor José Melo, então vice-governador, quem pediu ao ministro para estender o Programa Garantia Safra para o Amazonas. Fiquei muito feliz! Meses depois, a presidenta Dilma incluía o nosso estado.

Contudo, apesar das vindas dos técnicos do MDA para nos orientar; das reuniões no CEDRS e no gabinete da SEPROR o assunto continua esquecido em alguma gaveta. Espero, sinceramente, que a adesão seja feita imediatamente para que, em caso de nova enchente ou seca, os ribeirinhos possam retirar nas agências da CAIXA os R$ 850,00 indispensáveis para a sobrevivência familiar.

*Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail:[email protected]

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