Advogados criticam segurança pública paraense

(Amazonianarede – Diário do Pará)

Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB-PA, lamentou no final da manhã de ontem o atentado contra os advogados e criticou a área de segurança pública do Estado.

“Atirar contra dois advogados conhecidos em pleno centro da cidade numa manhã de domingo dá bem o grau de insegurança e impunidade que permeia Belém. Temos uma situação semelhante a um faroeste americano. Se isso ocorre numa rua movimentada, imagine a situação na periferia da cidade”, criticou Vasconcelos.

A ordem, através da Comissão de Prerrogativas, esteve desde o início acompanhando junto com a Polícia Civil todas as medidas que estão sendo tomadas para a investigação e captura dos responsáveis pelo atentado contra os advogados.

“Liguei cedo para o secretário de Segurança Pública e estamos em contato com a delegada que apura o caso. A Ordem acompanhou desde a perícia dos corpos. Ainda não se sabe se foi um latrocínio ou uma execução, mas vamos cobrar até o fim que esse caso seja esclarecido”, pontua.

Apesar de elogiar a diligência da polícia em relação ao caso, o presidente da OAB-PA espera que os responsáveis pelo assassinato do advogado Luigi Vasconcelos Freire sejam não apenas identificados, mas presos. “A polícia paraense tem esse problema: é uma polícia que elucida, mas possui dificuldade operacional em capturar os culpados. Esperamos que isso não se repita nesse caso”, coloca.

Sem limites

Por ser em uma parte da cidade considerada de classe alta, mortes como a do advogado Luigi Vasconcelos Freire, 37, fazem a população pensar que a violência já não tem limites. São assassinatos a luz do dia ou em áreas movimentadas, atingindo ex-presidiários, universitários, trabalhadores. A violência está para todos, em toda parte e a qualquer hora. “Belém está numa situação terrível”, declara o professor universitário Ariberto Venturini, morador do mesmo bairro em que o advogado foi assassinado.

No final do ultimo mês, dia 31, um restaurante, localizado a poucos metros de onde morava o advogado, foi assaltado. Do assalto resultou a morte de um dos bandidos, identificado como Robson França Costa Moura, 29 anos.

O homicídio foi durante a noite, mas ainda assim, a população viu como uma ousadia dos assaltantes, pois foi realizado na travessa Quintino Bocaiúva, em um bairro considerado nobre, o bairro de Nazaré. Dentro do restaurante, muitos jovens de classe média alta. Na rua, um grande movimento de carros.

Quando não é o ambiente o que deixa a população revoltada, são as vítimas. Um caso recente foi o do universitário Heloman de Oliveira Calado Júnior, 25 anos, morto com um tiro no pescoço, na noite do dia 27 de agosto, no bairro do Jurunas.

O rapaz teria reagido a um assalto quando estava com dois amigos em um depósito de venda de bebidas e de água mineral, na rua Cesário Alvim. Familiares e amigos ficaram em choque com o crime. Não conseguiam aceitar que um rapaz estudioso e trabalhador tivesse sido mais uma vítima da violência.

O porteiro Julio dos Santos, 45 anos, mora na Cidade Nova, em Ananindeua, e trabalha na mesma rua onde o advogado Luigi foi morto. Ele afirma que não se sente seguro em nenhuma parte e que não há mais hora para a criminalidade. “Aqui [Nazaré] ainda é mais seguro, mas de vez em quando tem assalto, passa gente correndo, é pedrada, paulada. Tem muitas lojas dessa rua que antes fechavam 7 horas da noite e hoje não passam de 1 hora da tarde”, afirma.

“Hoje não faz diferença nem se você está de carro ou ônibus. Saí com minha turma para uma aula no Tucunduba e teve aluno assaltado, não faz diferença quem você é”, ressalta o professor Ariberto Venturini.

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