Rio Branco -O representante da Secretaria de Direitos Humanos do Acre, Damião Borges informou nesta sexta-feira (25) que, mesmo após a desativação do abrigo em Brasiléia, distante 232 km da capital acreana, cerca de 50 imigrantes continuam chegando ao Brasil, diariamente, através da fronteira do Acre com o Peru. Damião, que trabalhou há três anos e meio como coordenador do abrigo no município, ressaltou que os imigrantes estão sendo orientados a irem para Rio Branco.
“Eles aparecem em Brasiléia, tiram os documentos e são encaminhados para a capital. Inclusive, eles podem decidir se querem tirar na Polícia Federal do município ou em Rio Branco. Inclusive, já em Assis Brasil, eles recebem a informação de que o abrigo daqui não está mais ativado”, explica.
Borges diz ainda que os imigrantes estão chegando na capital acreana por conta própria, alguns, segundo ele, chegam com dinheiro e se instalam em pequenos hotéis pela cidade, outros seguem direto para a rodoviária, com o intuito de chegar a Rio Branco.
O espaço, onde funcionou o abrigo em Brasiléia, é da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre). Borges disse que o local havia sido desapropriado pelo Estado para que fosse feita uma unidade de saúde e agora o terreno será devolvido ao poder público. “Esta semana desmontamos o local e fizemos a limpeza para que o espaço volte a ser do Estado”, diz.
Desativação de abrigo
O abrigo de imigrantes em Brasiléia, distante 232 km de Rio Branco, e com pouco mais de 22 mil habitantes, foi desativado no último dia 15. Entre março e abril deste ano, a cidade chegou a comportar mais de 2,5 mil imigrantes que ficaram retidos no Acre devido à interdição da BR-364, ocasionada pela cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia (RO).
No dia 12 abril, o primeiro grupo chegou em Rio Branco e se instalou oficialmente no novo abrigo da capital, localizado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco. A partir desta data, ônibus foram fretados para a retirada dos imigrantes do estado.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos no Acre (Sejudh) desde dezembro de 2010, o Acre já recebeu mais de 20 mil imigrantes que chegam ao Brasil através da fronteira entre o estado e o Peru.
Amazonianarede – Agências