Acre – Produtores rurais melhoram nível de vida

(Amazonianarede – A Gazeta.Net)

Com o crescimento da produção de frangos na região do Alto Acre, é comum ver produtores fazendo novos investimentos na propriedade, comprando terras e enviando os filhos para as faculdades. São tantas histórias de mudanças de vida, que filtramos várias delas para contar neste texto.

Localizado a 10 quilômetros de Brasileia, o abatedouro da Acreaves está bem próximo aos produtores de frango. A localização é importante na estratégia montada para o crescimento da avicultura. A BR-317 é a saída para o Peru e a Bolívia, onde a empresa pretende entrar nesse mercado. Pelas esteiras do abatedouro, passam diariamente 12 mil frangos, mas a meta é chegar a 30 mil.

Dobrar a produção não está tão longe. Quando vamos para o campo, notamos que a criação de frango é o melhor negócio que aconteceu para os pequenos produtores da região.

Na matéria de ontem, mostramos a Josefá Lopes. Com a criação de frangos ela construiu a casa que tanto sonhava. O Juraci Lopes também está realizando sonhos em uma área de três hectares no polo agroflorestal de Brasileia. Na pequena propriedade, criar gado não daria lucro, no entanto, ele sustenta a família com um galpão que toma um pequeno espaço. A cada 40 dias consegue, de renda, R$ 3 mil, só para cuidar e engordar o frango. O Juracy pensa longe, agora com a renda vai mandar o filho Jeovani Frota para a faculdade. “Meu sonho é ver meu filho formado, estudando engenharia e conquistando o mundo”, disse.

O vizinho do Juraci, o Antônio Lima é outro produtor que não quer saber de pegar na enxada, agora só o rastelo para limpar o galpão onde maneja os frangos. Ele acabou de vender um lote e está preparando o aviário para a próxima remessa de pintos que está para chegar.

Antes, o Antônio era obrigado a trabalhar como diarista em fazendas porque não conseguia renda na propriedade. Agora trabalha em casa, perto da mulher e dos filhos e o dinheiro que ganha com o frango sustenta tranquilamente a família.

Novos investimentos

O negócio está indo tão bem que esses produtores estão mudando até o perfil e virando empreendedores.

O Raimundo Braga, de 64 anos, tem um pequeno aviário que maneja quatro mil frangos por lote. Ousado decidiu ganhar mais, investiu num galpão moderno onde cabem 20 mil frangos. Agora nada de gado ou horta.

Por enquanto, o Braga, como é conhecido, está com sete mil aves no aviário moderno onde tudo funciona eletronicamente. Quando esquenta, o sistema fecha as laterais e liga os enormes exaustores.

Braga, que já foi seringueiro, nem imaginava que um dia sua propriedade fosse tão valorizada. “Agora tenho dinheiro para ir na cidade e comprar todo tipo de comida para minha família” citou.

Nessa viagem pela área rural de Brasileia conhecemos o Itamar Tolentino. Jeito de matuto, mas isso é só para enganar. Com jeitinho mineiro, ele é o recordista da região na criação de frangos. Está criando a maior inveja. Conseguiu no seu galpão manejar 11 mil aves que lhe renderam R$ 10 mil, a meta é quer chegar as 20 mil frangos.

A história do Itamar é interessante. Com uma terra de quatro hectares, pediu um pedaço de chão ao sogro para construir o aviário. Com o dinheiro que ganhou já comprou a terra do sogro e vai enviar a filha para a faculdade.

Atividade extensiva

Agora vamos para o polo agroflorestal de Epitaciolândia. Na região também temos famílias vivendo exclusivamente da avicultura em consórcio com a Acreaves. A maioria está organizada em cooperativa, assim eles se protegem e conseguem mais incentivos, facilitando as linhas de crédito.

Com o Otacílio da Silva foi assim, com a ajuda da cooperativa ele conseguiu empréstimo para a construção de um moderno aviário que ainda está sendo levantado. “Esse incentivo veio depois que consegui ganhar um bom dinheiro no galpão menor. Cheguei até a construir uma casa em alvenaria”, comemorou.

O Gideon Pereira era outro que vivia trabalhando na propriedade dos outros brocando e operando uma motoserra. Agora trabalha com os filhos em dois aviários, e conta que não podia ter encontrado negócio melhor.

Ao todo são 82 famílias trabalhando em forma de parceria com a acreaves. Elas recebem os pintos, a ração, medicamento, transporte e assistência técnica. O trabalho é cuidar do aviário e tratar os frangos para não ter perdas.

Com o frango não é preciso correr atrás do gado, ficar no roçado e ainda evita desmatamentos e queimadas.

Parcerias que deram certo

O complexo onde funciona a Acreaves foi um investimento do governo do Estado que queria apostar pesado na avicultura. Construiu galpões para os produtores e abriu as portas para créditos nos bancos, ao mesmo tempo, construiu a fábrica de ração, totalmente automatizada tem capacidade para produzir até duas mil toneladas.

No mesmo caminho, foi investido num silo que é para incentivar a plantação de milho na região. O produtor vai poder ter uma fonte de renda a mais vendendo o milho que é o principal ingrediente na fabricação da ração.

Na mesma cadeia produtiva tem o incubatório que pode produzir 380 mil pintos por mês.

Toda a estrutura montada na mesma região para facilitar o negócio que vem fomentando a economia local.

Na terceira reportagem sobre o Acre do futuro vamos mostrar como o frango está conquistando o mercado. Os supermercados e os consumidores estão identificando e valorizando um produto da região que vem gerando renda e garantindo o emprego para muita gente.

Vamos ver também outros produtos que pegaram carona com o frango e estão disputando com produtos que vem do Sul e Sudeste do país.

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