A ZFM e os “lobos” do Sul e Sudeste

*Osny Araújo

No artigo anterior, intitulado “E o David venceu Golias”, falo com entusiasmo da vitória que tivemos em relação à votação da Comissão de Economia do senado pela manutenção da quota diferenciada do ICMS para a Zona Franca de Manaus, mas essa foi apenas uma batalha, porque a “guerra” continua fomentada por líderes empresariais e políticos do Sul e Sudeste do Brasil, uma vez que a matéria ainda será brevemente apreciada e votada pelo plenário do Senado Federal.

Ao retornar a Manaus, onde participou desse trabalho em defesa da ZFM ao lado do governador Omar Aziz e de outras lideranças políticas do Estado, o prefeito Arthur Neto, que aproveitou a oportunidade para ter uma primeira e proveitosa audiência com a presidente Dilma Rousseff, desembarcou no aeroporto internacional “Eduardo Gomes” pedindo mais união das bancadas políticas da Amazônia, nordeste e centro-oeste em favor da região e da ZFM, contra o que chamou de “os lobos da economia brasileira”.

Arthur desembarcou e numa coletivo à imprensa ainda no aeroporto, fez uma pergunta e ninguém em sã consciência soube responder, ainda referindo-se a votação do ICMS na Comissão do Senado e os votos contrários de alguns senadores da bancada da Amazônia, como por exemplo, o nosso vizinho Para, o Tocantins que integra a Amazônia legal e alguns estados do nordeste, tão necessitados de melhorias, progresso e desenvolvimento como os do norte, onde nos enquadramos.

Lembrou ainda o prefeito que nessa “guerra” os estados do Sul e Sudeste contam com o amparo da grande mídia nacional, que deitam e rolam falando mal da Zona Franca, um modelo de desenvolvimento regional que deu certo e eles desconhecem, embora as duas regiões também lucrem e muito com esse modelo.

O fato, é que a grande mídia, só dá destaque para o Norte, ou seja, para a Amazônia, quando ocorre alguma catástrofe, para alardear o desmatamento na r3egião e outras coisas que possam denegrir esta região do país, tão brasileira quando o sul e sudeste. Por isso, Amazônia, centro-oeste e nordeste, precisamos dar as mãos e nos unirmos contra os “lobos da economia brasileira” que estão nessas duas regiões, ricas, onde o progresso é abundante, bem diferente das demais.

A grande mídia nacional, precisa tratar com maior responsabilidade da Amazônia, tão cobiçada internacionalmente e desprezada pelo Brasil e esse trabalho feito pela grande imprensa, tenta colocar a região como a vilã em toda essa história, quando na realidade, a situação é invertida, onde os bandidos querem dar um de bonzinhos nesse filme.

Vencemos a primeira batalha, porque na realidade a situação não é tranquila e a Zona Franca precisa de aliados na votação que vem por aí e vencemos com a ajuda que certamente virá lá de cima, por parte do G.`. A.`.D.`.U.`., que dizer ser brasileiro e com certeza que é amazonense.

O mundo e o Brasil falam em preservação da natureza, na importância da floresta tropical para o planeta e a maior parte dela fica exatamente na Amazônia, isso sem contar que o Amazonas é o estado que menos desmata e isso, se deve em muito a Zona Franca de Manaus e o seu polo industrial, que vem ajudando a manter a nossa floresta em pé. Será que esse fato não é importante? Então porque esses senhores políticos e empresários das regiões ricas, porém desmatadas inteiramente se voltam contra um modelo de desenvolvimento. O certo que sem o ICMS diferenciado, perderemos a competitividade e voltaremos a ser porto de lenha.

Será que os bem elaborados discursos com os quais comparecerem as tribuna do Senado e da Câmara Federal, protestando contra o desmatamento e a favor da natureza, não passam de falácias, nada mais que falácias, com um grande tom de demagogia? Recuso-me a acreditar nessa hipótese.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: [email protected][email protected]

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