São Paulo – Um dia depois de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fazer dois discursos que o firmaram como líder da oposição no Congresso, o ex-presidente Lula se reuniu com os senadores do PT na manhã desta quinta-feira, 6, em São Paulo.
O objetivo do encontro foi o de discutir e, principalmente, ouvir o líder petista sobre uma estratégia para enfrentar a oposição, que promete ser mais dura no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Depois de já ter dito que não daria trégua a Dilma, Aécio convocou ontem os partidos de oposição a firmarem um “pacto” por uma “oposição revigorada e vitoriosa”, durante reunião da Executiva Nacional do PSDB, na qual foi o principal personagem. Mais tarde, em seu primeiro discurso no Senado após voltar da campanha presidencial, ele criticou a proposta de diálogo da presidente e a condicionou a investigações na Petrobras.
O encontro de hoje foi convocado pelo próprio ex-presidente, que se reuniu com Dilma no início da semana, em uma conversa que durou mais de seis horas na Granja do Torto. O diálogo certamente deu mais poderes a Lula, que passou imediatamente a ser mais atuante no segundo governo. A partir das 18h30 desta quinta, as bancadas do PT na Câmara e no Senado, além de governadores eleitos, se encontram com a presidente em Brasília.
Para combater Aécio, em especial, os políticos petistas estão sendo orientados a fazer discursos e manifestações lembrando que, para o tucano, é difícil explicar como ele perdeu as eleições, nos dois turnos, em Minas Gerais, seu berço político. O senador tem usado o mote de que ‘perdeu vencendo’, enquanto Dilma teria ‘ganho perdendo’. Esse argumento terá de ser combatido.
A política econômica do governo igualmente terá de ser melhor defendida pelos petistas. Tanto a presidente Dilma Rousseff como Lula consideram que essa defesa tem sido muito tímida até aqui. O maior argumento será a geração de empregos produzida pelo Brasil no mesmo momento em que, no mundo, milhões de vagas de trabalho estão sendo fechadas.
Os petistas estão cientes de que terão pela frente uma oposição muito mais radical, nada que se pareça com a tranquilidade de uma larga maioria da base governista, como ocorreu na maior parte do primeiro mandato.
Um contato mais permanente com as bases, especialmente com os movimentos sociais, e o estímulo à criação de novas lideranças foi um pedido direto de Lula aos senadores e deverá ser repetido por Dilma em nova reunião hoje.
Fonte: Brasil 247