“Divórcio político” a vista

Osny Araújo

Osny Araújo*

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Osny Araújo

Amanhcecí o domingo, pensando que assunto político deveria abordar neste comentário. As opções eram muitas, até difícil de escolher, tinha o ex-governador de Rondônia , agora foragido da Justiça, a blindagem do presidente do Senado, Renan Calheiros, o aperto do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, a denúncia contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o retorno de Delcídio Amaral, após ter saído da cadeia o o suposto apartamento de Lula, e vários outros. Resolvi realizar  um sorteio, o deu um caso de amor político fisiológico e gostei do resultado.

Então vamos lá. Faz muito tempo que o PMDB, presidido pelo atual vice-presidente da República, Michel Temer, não comanda, mas também, nunca deixou de estar no Poder, desde o primeiro Governo do Ex-presidente Lula.

Com isso o Partido tem se dado bem, emplacando em importantes ministérios e outros órgãos do Governo, os comandos da Câmara e Senado e ainda a vice-presidência da República, mas parece que o Partido do finado e saudoso Ulisses Guimarães,- diga-se passagem, bem diferente  do Partido que era comandado por Ulisses, está cansado de ser o segundo e agora quer a poliposition e com isso, esse acordo político entre o PMDB e o PT, começa a ter atritos e esse “casamento político” onde o amor é o fisiologismo e nada mais, começa a desmoronar.

Toda essa história política de amor e ódio entre o PMDB e PT, começou com a posse de Lula em 1º de janeiro de 2003, form iniciadas as gestões para agregar o partido à coalizão situacionista, entretanto as negociações só viriam a se concretizar em janeiro do ano seguinte, quando foram oferecidos ao PMDB os ministérios das Comunicações, Minas e Energia e Previdência Social. Lideranças outrora alinhadas a Fernnando Henrique Cardoso  se aproximaram do governo e assim, José Sarney e Renan Calheiros, por duas vezes ocuparam a presidência do Senado entre 2003/2007.

No segundo mandato de Lula, o partido perdeu a Previdência Social mas foi contemplado com Gerdel  Veira Lima no Ministério da Integração Nacional e com a escolha de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, além de outros ministérios e assim os dois partidos caminham até hoje, mas já com algumas desavenças no Planalto entre a presidente Dilma e o vice, Michel Temer e com sérios embaraços políticos no Legislativo, tanto no Senado e principalmente na Câmara dos Deputados, onde o PMDB manda, mas não tem falando muito a mesmo língua petista  e isso, vem aborrecendo a presidente Dilma e certamente agradando ao também aborrecido Michel Temer, mas, socialmente se apresentam à sociedade nada estivesse acontecendo nada de errado nesse relacionamento político.

A verdade é que esse acordo político está acabando e tudo vem sendo cuidadosamente arquitetado pelo vice-presidente Michel Temer, que já declarou publicamente que o PMDB precisa brigar nas próximas eleições pela Presidência da República, sinal claro, de que o divórcio desse casamento político está para ser materializado.
Essa impressão foi claramente reforçada e de maneira categórica, quando na noite de uma segunda-feira, Uma carta enviada por Temer a Dilma deixou claro que PT e PMDB estão em pé de guerra.

Em um vários pontos abordados por na carta, Temer expõe com clareza, em 11 pontos, sua mágoa com Dilma e com o núcleo duro do Planalto. O peemedebista afirma que no primeiro mandato foi um “vice decorativo”; que sempre trabalhou a favor do governo, mas recebeu em troca “desconfiança e menosprezo”; e elenca diversas reuniões e nomeações das quais foi excluído ou preterido.

No último e mais importante ponto, Temer faz uma dura acusação ao dizer que “o PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso”.
Na sequência, Temer diz ter convicção de ele e o PMDB não têm e não terão a confiança de Dilma e adota a mesma linha argumentativa apresentada por Eliseu Padilha. “A senhora sabe que, como presidente do PMDB, devo manter cauteloso silêncio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária”.

Agora, coma a briga acirrada entre o PT e o presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha e partido dividido e com Dilma e Cunha ameaçados de impeachment, a coisa deverá esquentar muito mais, isto porque o Governo precisará muito do apoio da bancada do PMDB no Congresso para ajudar o Brasil e sair dos buracos onde foi jogado pelo Partido dos Trabalhadoras,  especialmente na economia onde o país vem perdendo diariamente conceitos importantes, perante a comunidade internacional, especialmente entre investidores.

Sem o apoio do PMDB, dificilmente o Governo emplacará a CPMF, as reformas fiscal e previdenciária e tantos outros projetos que estão sendo arquitetados pelo Governo, para o PT tente mostrar ao mundo que o Brasil está correndo para sair do buraco negro onde o Governo do PT o colocou. Apesar do PT, precisar mais do que nunca do PMDB, acho que esse “casamento político” está no fim e sem dúvida alguma, o vice-presidente da República Michel Temer e presidente do PMDB, está no comando dessa torcida.

* Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mails: [email protected]@gmail.co

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