O desemprego atingiu 8,7% de junho a agosto, segundo a taxa calculada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Essa é a pior taxa desde que o IBGE começou a fazer essa pesquisa, em 2012.
Alexandra Félix está procurando emprego há quatro meses e até agora nada. Nessa quinta-feira (29), ela fez mais uma tentativa na Agência Estadual de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro: “A gente coloca na internet, avisa as pessoas conhecidas, mas tá muito complicado”.
Na carteira de trabalho de Fabrícia de Souza Silva, o último registro de emprego tem mais tempo ainda: foi em agosto do ano passado: “Ultimamente, estão pedindo curso superior. Como a gente vai mostrar para as pessoas que a gente quer adquirir uma experiência nova se a gente não tem uma oportunidade?”.
O que os novos dados do IBGE mostram é que tem muito mais gente nessa situação. Atualmente, o Brasil tem 8,8 milhões de desempregados, um aumento de 647 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. São dois milhões de desempregados a mais que no mesmo período do ano passado. Essas pessoas, quando encontram um anúncio de trabalho, descobrem que os salários oferecidos diminuíram.
O rendimento mensal médio do brasileiro agora é de R$ 1.882 reais, 1,1% menor do que no período anterior, de março a maio, que era de R$ 1.904.
A indústria foi o ramo de atividade que mais cortou vagas entre junho e agosto: 3,5% menos. O economista Vinícius Botelho acredita que ainda leva tempo para o desemprego parar de aumentar: “Com essa desaceleração das empresas, a diminuição da demanda da economia, tem menos gente demandando bens, menos gente demandando serviços. Isso diminui a rentabilidade das empresas e elas não podem mais contratar tanto. Assim, elas demitem para contratar mão de obra mais barata ou porque não precisam mais produzir aquela quantidade de produtos e isso acaba fazendo com que o nível do desemprego suba”.
Amazonianarede-IBGE/Agencias