Brasilia – O clima político anda tenso em Brasília. Forças políticas e empresariais fazem apelo por união.anda tenso em Brasília. Na Câmara dos Deputados, o governo enfrentou mais um dia de desgastes e derrotas e tudo horas depois dos deputados aprovarem por 445 votos um projeto que torna ainda mais complicada a execução do ajuste fiscal. Em meio a apelos de diversas forças políticas e empresariais por união em torno de uma agenda que ajude na recuperação da economia, a presidente Dilma reuniu ministros do PT para tentar conter os danos no Congresso.
Na última quinta-feira, foi de entra e sai no Palácio da Alvorada. A presidente Dilma Rousseff convocou os ministros do PT e determinou que todos ajudem a recompor a base aliada, no Congresso.
Esta foi a estratégia adotada para evitar que outras medidas que aumentem despesas para os cofres públicos sejam aprovadas.
O governo também reconhece que vai precisar de tempo para superar o quadro de dificuldade e de baixa popularidade.
Mais cedo, o articulador político, o vice-presidente Michel Temer, voltou a fazer um apelo ao diálogo e alertou sobre a gravidade da crise.
A oposição diz que as dificuldades no Congresso são culpa exclusiva do governo. “Um governo que começa e inicia seu mandato com 400 parlamentares na Câmara Federal, com ampla maioria, e hoje tem menos de 130, evidentemente mostra que esta não foi uma ação das oposições que levou o país a essa grave crise”, afirma o deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP).
Ao longo do dia, o governo teve mais derrotas: três CPIs foram instaladas, inclusive a que vai investigar empréstimos do BNDES, e o PT não conseguiu cargo de comando em nenhuma.
No plenário, os deputados aprovaram as contas dos governos dos ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Faltam ainda as do ex-presidente Fernando Collor de Mello. As da presidente Dilma devem ser analisadas pelos deputados depois de julgadas pelo TCU, o que deve acontecer na segunda semana deste mês.
No início da noite, a presidente se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros. O governo acredita que os senadores podem ajudar a desarmar as chamadas pautas-bomba.
Alguns senadores reforçaram esse entendimento. O senador José Serra, do PSDB, disse que o momento é extremamente grave e exige responsabilidade de todos. “Essa circunstância, devo dizer, também afeta expectativas a respeito da economia, porque chega na área privada e a ideia da desorganização total das finanças públicas, isso leva os investidores para a retranca e aprofunda o desemprego”, disse o senador José Serra (PSDB/SP).
O apelo por unidade, por ações que ajudem o país a superar a crise econômica, recebeu apoio de duas das mais importantes instituições empresariais do país, as Federações das Indústrias de São Paulo e do Rio de Janeiro. Elas publicaram uma nota conjunta em que dizem que é hora de quem foi eleito deixar de lado ambições pessoais e partidárias e agir para defender os interesses do país.
“Se houver confusão, desentendimento, má vontade por todas as partes, a tendência é o agravamento desses problemas e isso é muito ruim para a economia, para a política, para o povo brasileiro, para as empresas brasileiras. É momento de união, é momento de entendimento, é momento de equilíbrio e de bom senso, acima de tudo”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
Amazonianarede-Sistema Globo