
Las Vegas, EUA – Anderson Silva foi punido com suspensão de 12 meses por causa de doping no Ultimate Fighting Championship. Em depoimento confuso na Comissão Atlética de Nevada, em Las Vegas, nesta quinta-feira, o Spider não conseguiu convencer os integrantes da entidade de sua inocência e levou gancho de um ano, além de multa de 30% no valor da bolsa para a luta contra Nick Diaz, no UFC 183, em 31 de janeiro.
O ex-campeão também teve a vitória por decisão unânime alterada para No Contest (sem resultado) e ainda perdeu bônus de US$ 200 mil pelo triunfo no evento.
Anderson Silva só poderá voltar a lutar em 1º de fevereiro de 2016, já que a data da punição começa a vigorar no dia do UFC 183, 31 de janeiro.
Além de aguardar o fim da suspensão, o Spider terá que apresentar um exame antidoping com resultado negativo para substâncias ilegais, para obter novamente a licença para subir ao octógono. Anderson chegou à audiência ao lado do empresário, Ed Soares, e esteve acompanhado do mandatário do UFC no Brasil, Giovani Decker, e do advogado Michael Alonso.
O Spider ainda contou com o auxílio do especialista em doping, Paul Scott. Mas as falhas na tradução das respostas do brasileiro provocaram momentos de constrangimento e irritação, tanto para os comissários quanto para a defesa.
Anderson negou o uso de anabolizantes drostanolona e androsterona, mas admitiu ter ingerido ansiolíticos antes da luta contra Nick Diaz, alegando ansiedade e dificuldade para dormir. Perguntado por que não citou os medicamentos no questionário pré-luta, o Spider disse que não mentiu à comissão, já que afirmou ter consumido as substâncias depois de entregar o documento obrigatório para o duelo no UFC 183.
Anderson Silva ainda alegou que um estimulante sexual líquido continha drostanolona na fórmula, conforme indicou testes em laboratório.
A substância, uma espécie de Ciális, de acordo com o Spider, foi repassada por um amigo que veio da Tailândia, de nome Marcos Fernandes, que chegou a treinar com ele durante o período de preparação para o retorno.
A explicação foi dada por Paul Scott, especialista em toxicologia com experiência em laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidoping (WADA).
Punição inevitável

Questionada pelo membro da Comissão de Nevada, Christopher Eccles, a defesa de Anderson Silva, no entanto, não apresentou argumentos de como os suplementos teriam sido contaminados. E o depoimento de Paul Scott foi rechaçado por falta de provas concretas pela comissária Pat Lundval.
Na sequência, Spider se recusou a explicar a razão de tomar o medicamento para melhora de performance sexual, alegando razão pessoal. Anderson explicou o uso de ansiolíticos antes da luta contra Nick Diaz. E informou que a substância foi receitada por médicos em decorrência de uma crise no nervo ciático. “Na noite depois da pesagem, fui para o quarto e senti um pouco de dor nas costas e também não conseguia dormir.
Quando estava no Brasil, tive uma crise no ciático e fiquei uma noite no hospital. Esse foi um dos remédios que o médico me prescreveu para dor. Tomei uma vez no hospital e uma na noite da pesagem, um comprimido antes de dormir.
A pesagem foi na sexta, lutei no sábado, não tinha como eu falar. Se eu tivesse tomado antes da pesagem, teria comunicado à comissão”, declarou o Spider.
Um médico foi ouvido pela comissão, por telefone, e a explicação provocou contradições no depoimento de Anderson, já que o especialista disse que a drostanolona presente no estimulante sexual teria saído do organismo em uma semana. Com isso, o Spider revelou que tomou o Ciális a ‘quatro ou cinco dias para a luta’. Os comissários questionaram por que o lutador e seu empresário não citaram isso no documento pré-luta.
O ex-campeão ainda tentou se defender em novo pronunciamento. “Estou falando agora porque o negócio estava contaminado. Se não tivesse, ninguém ia saber. Se eu tivesse tomado todos os remédios que tomei antes em fase de luta, eu teria falado. A minha falha foi falar que não tomei o Ciális”, ponderou o Spider, que no entanto não conseguiu evitar uma moção aprovada de forma unânime, com suspensão de 12 meses, 30% da bolsa para luta e a obrigação de apresentar teste antidoping limpo antes de obter licença para retornar.
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