Manaus – Nos primeiros sete meses do ano as vendas de materiais de construção, no Amazonas, apresentaram queda estimada entre 8% e 10%, em comparação ao mesmo período de 2014. Segundo representantes da construção civil, a retração comercial é reflexo do menor poder de compra do consumidor, atrelado ao aumento nos preços dos produtos e ainda ao fenômeno natural da chuva, que em Manaus é constante entre janeiro e junho. O setor aguarda melhores resultados para os próximos meses.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, afirma que a redução nas vendas é resultado do enfraquecimento do mercado consumidor, o que é ocasionado pela desaceleração econômica nacional. Ele explica que tudo começa quando acontece o desemprego.
A partir deste momento o cidadão deixa de efetuar novas compras e projetos relacionados à construção e reforma. Por outro lado, o público que tem interesse em reformar algum imóvel fica impossibilitado em decorrência das chuvas que ocorrem com frequência em Manaus até o mês de junho. “Registramos queda entre 9% e 10% nas vendas e isso é resultado do enfraquecimento do mercado. A economia está lenta porque o dinheiro não circula”, disse.
Segundo Souza, os preços dos materiais de construção sofreram reajuste nos últimos meses, acompanhando a alta do dólar. Boa parte dos produtos utiliza como base matériasprimas importadas, o que justifica o aumento.
Mesmo assim, o segmento espera obter melhores resultados a partir deste mês com a chegada do verão. “Os preços subiram em torno de 10%. O dólar também subiu e boa parte dos materiais têm como base matérias-primas importadas. Mas, acreditamos que o segundo semestre será melhor porque com a chegada do verão muitas pessoas começam a investir em reformas”.
Na avaliação do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Louças, Tintas, Ferragens, Material Elétrico e de Construção de Manaus, Aderson Frota, as vendas de materiais de construção apresentaram decréscimos que oscilaram entre 8% e 10%.
O presidente também atribui a queda nas comercializações às chuvas que atingem a capital nos primeiros meses e principalmente ao fator crise econômica nacional que logo afeta a economia estadual.
Para Frota, neste ano é difícil comemorar a elevação nas vendas. Ele acredita que até o final do ano o setor deve registrar melhorias gradativas nos índices comerciais.
“É provável que neste ano não festejemos aumento nas vendas mas sim a redução do índice de queda, que vinha se acentuando cada vez mais. Este ano a economia funcionou muito mal. Começamos o ano com o aumento do desemprego e diminuição nas vendas; depois, o aumento na taxa Selic que em 2014 estava em 7,25% e após um ano está em 14,25%; depois a inadimplência e a dificuldade de acesso ao consumo. Tudo isso deixa as vendas mais vulneráveis”, comenta.
Dados nacionais
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) no acumulado de janeiro a julho deste ano as vendas apresentaram queda de 9,1% em relação ao mesmo período de 2014.
Na comparação de julho com o mês anterior houve crescimento de 5,8%. O resultado na comparação com julho de 2014 apresentou queda de 9,4%. Já no acumulado dos últimos 12 meses a queda foi de 7,9%.
Amazonianarede-Jornal do Commercio