Curitiba – Os 12 presos na 14ª fase Operação Lava Jato foram levados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba, na manhã deste sábado (20), para fazer o exame de corpo de delito. O procedimento é de praxe sempre que alguém é preso pela polícia. Eles saíram da carceragem da Polícia Federal (PF) por volta das 9h30 e seguiram para o IML, chegando ao local perto das 10h. Do total de presos, quatro estão em caráter temporário e os demais em caráter preventivo.
O avião da Polícia Federal (PF) com 11 dos investigados pousou em Curitiba por volta das 19h40 de sexta-feira (19). Dali, eles seguiram para a Superintendência da PF, onde estão detidos. O 12º preso, Paulo Roberto Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, se entregou na Superintendência da PF, acompanhado do advogado.
A operação ainda cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham “domínio completo” de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.
Esta fase da operação foi batizada de Erga Omnes e investiga crimes de formação de cartel, fraude a licitações, corrupção, desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro, entre outras.
Erga Omnes trata-se de uma expressão muito usada no direito, que afirma que a lei deve atingir todos de modo igual. A Lava Jato foi deflagrada em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
Confira a lista dos presos de cada empresa que foram presos nesta fase:
Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente, prisão preventiva -João Antônio Bernardes, ex diretor, prisão preventiva -Alexandrino de Salles, prisão temporária -Cristiana Maria da Silva Jorge, consultora, prisão temporária -Márcio Faria da Silva, prisão preventiva -Rogério Santos de Araújo, prisão preventiva -César Ramos Rocha, prisão preventiva
Andrade Gutierrez
Otávio Marques de Azevedo, presidente, prisão preventiva -Antônio no Pedro Campelo de Souza, prisão temporária -Flávio Lucio Magalhães, prisão temporária -Elton Negrão, prisão preventiva – Paulo Roberto Dalmazzo, prisão preventiva
A Odebrecht foi citada em 15 de setembro do ano passado durante um depoimento de Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Na época, ele detalhou à Polícia Federal supostas irregularidades cometidas pela empresa em contratos com a Petrobras.
O que as empresas dizem
Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.
“Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, diz a nota.
Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.
“A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes”, diz a nota.
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