Federal vasculha apartamento da mulher do governador de Minas Gerais

A primeira dama mineira, na linha de investigação da PF
A primeira dama mineira, na linha de investigação da PF
A primeira dama mineira, na linha de investigação da PF

Belo Horizonte – A Polícia prendeu nesta sexta-feira (29) quatro suspeitos de lavagem de dinheiro. Eles são ligados a empresas com contratos de mais de meio bilhão de reais com o governo federal. Os policiais fizeram buscas e apreensões em vários endereços, entre eles o da mulher do governador de Minas, Fernando Pimentel, do PT.

Era de manhã bem cedinho e os policias já estavam com 90 mandados nas mãos. Vasculharam empresas e casas em Brasília, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. Um dos endereços em Brasília é o apartamento de Carolina Oliveira, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que, segundo a polícia, não é investigado.

Os policiais apreenderam cerca de R$ 100 mil, 12 carros, documentos, computadores e um avião, avaliado em R$ 2 milhões, onde toda a história começou. Em outubro do ano passado, depois de uma denúncia anônima, a polícia correu para o aeroporto de Brasília.

O avião vinha de Belo Horizonte. Os passageiros, entre eles o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Benê, e o ex-assessor do Ministério das Cidades Marcier Trombiere transportavam R$ 113 mil em espécie. Os dois trabalharam na campanha de Fernando Pimentel, do PT, eleito governador de Minas Gerais.

Na época, eles foram liberados. Mas a polícia suspeitou daquele dinheiro todo transportado em mochilas e sacolas e abriu uma investigação. Nesta sexta-feira os dois foram presos junto com outras duas pessoas. A suspeita é de lavagem de dinheiro. O esquema envolvia cerca de 30 empresas.

De 2005 até agora, só uma delas recebeu quase R$ 500 milhões do governo federal. Segundo a polícia, contratos estavam superfaturados e alguns nem chegaram a ser executados.

A polícia informou que nenhum político ou partido está sendo investigado, mas quer saber se o dinheiro foi parar em campanhas eleitorais. “Este também é um dos objetos da investigação. Sabemos que houve sobrepreço, sabemos que ocorreu a inexecução dos contratos, sabemos que houve o desvio do recurso público.

O objeto da investigação é justamente rastrear, para saber para onde estes valores transitaram, por quem transitaram e como transitaram”, disse Dênnis Cali, delegado regional de combate ao crime organizado.

A polícia prendeu uma quinta pessoa por porte ilegal de arma, mas ainda não descobriu se ela tem relação com o suposto esquema de corrupção.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com os advogados de Marcier Trombiere e Benedito Rodrigues de Oliveira Neto.

Carolina Oliveira disse que ficou surpresa com a busca no apartamento dela e que a investigação vai esclarecer qualquer dúvida.

A assessoria do governo de Minas declarou que Fernando Pimentel não é alvo da operação e que não pode responder pelos atos de fornecedores da campanha dele.

Amazonianarde-Sistema Globo

 

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