
Brasilia – O MPF (Ministério Público Federal) apresentou, nesta segunda-feira (27), nova acusação contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque por lavagem de dinheiro no total de R$ 2,4 milhões, entre abril de 2010 e dezembro de 2013.
De acordo com a força-tarefa montada pelos procuradores, a prática foi identificada 24 vezes durante o período. O dono da Setal Engenharia e executivo da Toyo Setal Empreendimentos Augusto Mendonça Neto também foi denunciado.
Segunda a denúncia, uma parte da propina paga para Duque foi direcionada por empresas do grupo Setal Óleo e Gás, controlado por Mendonça, para a Editora Gráfica Atitude Ltda., a pedido de João Vaccari Neto.
O MPF sustenta que as empresas assinaram dois contratos com a Atitude Ltda, em 2010 e 2013, com o objetivo de disfarçar o pagamento de propina. No entanto, a gráfica jamais teria prestado às empresas do grupo Setal, emitindo notas frias para justificar os pagamentos.
Os procuradores pediram a condenação dos réus à restituição de R$ 2,4 milhões, além do pagamento, a título de indenização, de mais R$ 4,8 milhões. A pena para o crime de lavagem de dinheiro é de três a dez anos de prisão. A pena aplicada será aumentada de um até dois terços em razão da reiteração dos crimes e de terem sido praticados por organização criminosa.
Vaccari e Duque foram presos pela Polícia Federal em ações da Operação Lava Jato. Na última semana, durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, Mendonça confirmou o pagamento de propina e a formação de cartel em contratos feitos com a estatal.
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