Brasília – PR e PSD articulam a criação de partidos satélites para receber políticos insatisfeitos, principalmente da oposição.
As novas legendas devem reduzir a dependência que o governo tem hoje em relação ao PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ), disputa o comando da Câmara.
A formação de dois novos partidos, um apoiado pelo PSD e outro pelo PR, pode se tornar decisiva para a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e para o equilíbrio de forças dentro da base governista. O PSD, do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, elegeu a quarta maior bancada, com 37 deputados, e o PR, a sexta, com 34. Cada um deles espera atrair pelo menos 10 parlamentares com a criação das novas legendas. Políticos do PSD trabalham pela criação do PL, enquanto o PR ajuda na articulação do Muda Brasil. A expectativa é atrair principalmente deputados que não se sentem confortáveis na oposição, além de receber os que tiveram confrontos com as direções partidárias na campanha. “São movimentações naturais de começo de mandato”, explica um deles.
Ainda há dúvidas dentro dos partidos sobre a melhor forma de juntar as forças depois de criar as legendas satélites. A fusão abriria espaço para que deputados eleitos pelo PR e pelo PSD deixassem os partidos sem o risco de perderem o mandato. Por isso, os dirigentes consideram a criação de blocos parlamentares mais segura. O Pros, o PCdoB e o PDT também trabalham na formação de mais um bloco de apoio a Dilma. Uma alternativa mais radical é a formação de uma federação de partidos, como já fizeram os oposicionistas PSB, PPS, Solidariedade e PV. O objetivo da federação é uma atuação conjunta também fora do Legislativo, de olho nas disputas municipais de 2016. Mas, diferentemente do bloco que é registrado na casa legislativa, a federação é apenas informal. Os fundos partidários e o tempo de rádio e TV são administrados separadamente.