Manaus – Um grupo formado por técnicos de transmissão via satélite, que trabalharam durante o primeiro turno das eleições deste ano, realizaram uma manifestação, nesta quarta-feira (8), em frente à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM), situada no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus.
Segundo eles, o pagamento pelos serviços prestados no período não foi realizado. Além disso, eles afirmam que gastos com transporte e hospedagem para comunidades de interior não foram cobertos pela empresa responsável.
Os técnicos realizaram a transmissão dos dados de apuração das urnas enviadas a municípios e comunidades do interior do estado, no domingo (5). De acordo com os servidores, o valor anteriormente oferecido pela empresa para o serviço foi de aproximadamente R$900, além da cobertura de despesas com transporte, hospedagem e alimentação nos locais. Entretanto, eles afirmam que a empresa se recusou a pagar a quantia.
A técnica de transmissão Isaura Nogueira, de 26 anos, explicou que a empresa garantiu ainda que pagaria R$ 70 por dia de trabalho, o que também não foi recebido, de acordo com eles. “Até hoje não nos pagaram do modo que havia sido acordado. Eles depositaram um valor bem menor para uma parte das pessoas e deixaram de depositar para outros. Teve gente que ficou cerca de 10 dias no interior sem ganhar nenhum centavo”,
Conforme Isaura, o valor pago pela empresa, após a prestação dos serviços no interior, foi de cerca de R$270. Em uma reunião realizada junto aos manifestantes, segundo eles, a empresa, que possui sede no Maranhão, teria informado que não pagaria o valor inicialmente combinado. “Eu cheguei a receber a diária, mas o salário foi bem longe do prometido. Fui para uma comunidade distante 10 horas de barco de Humaitá, uma viagem torturante, para ganhar apenas 29 reais? Todo mundo está revoltado”, contou.
Indignação
Cerca de 400 pessoas foram contratadas para o serviço. O estudante de jornalismo George Carvalho, de 25 anos, recebeu a indicação de amigos e foi incentivado pelo salário prometido. “A gente veio induzido pelo bom pagamento.
Com a cobertura das despesas e o salário, ganharíamos em torno de R$ 1,5 mil, somente no primeiro turno. Quando chegamos lá algumas pessoas não tinham nem recebido a diária e nós tínhamos que emprestar dinheiro entre si para se bancar”, relatou.
Ainda conforme o estudante, representantes da empresa informaram que apenas pagariam a quantia de R$904 caso os servidores concordassem em trabalhar na campanha durante um mês. “A empresa nem assinou nossa carteira, aí fica complicado. Eles prometeram e não cumpriram”, afirmou.
Os técnicos informaram que não trabalharão no segundo turno caso o pagamento não seja corretamente efetuado. Na tarde desta quarta-feira (8), eles se reuniram com representantes da empresa responsável para entrarem em acordo. Na sexta-feira (10), um encontro entre os servidores e a desembargadora Socorro Guedes, deve ser realizado.
A respeito do assunto, o TRE-AM, que informou que se manifestará por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa. A reportagem também tentou contato via web com a empresa responsável pelos pagamentos mas não obteve sucesso.
Amazonianarede – TVAM
