
Em operação desde 1955, aeronave tem capacidade de ataque nuclear e pode transportar até 32 toneladas de armamentos
Estados Unidos- Três bombardeiros B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram na quarta-feira (15) uma área próxima à costa da Venezuela. O movimento ocorreu no mesmo dia em que o presidente Donald Trump confirmou ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano. A presença das aeronaves compõe com uma concentração militar americana no Caribe, composta por navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35, em meio ao aumento da tensão entre Washington e Caracas.
Fabricado pela Boeing, o B-52 é um bombardeiro estratégico com capacidade de ataque nuclear e alcance intercontinental. O modelo pode voar mais de 14 mil quilômetros sem reabastecer e transportar até 32 toneladas de armamentos, entre bombas nucleares e convencionais, minas e mísseis. A aeronave, segundo especialistas, é o pilar fundamental da frota de bombardeiros dos Estados Unidos e um dos principais símbolos do poder aéreo de Washington.
Segundo a Força Aérea americana, o B-52 pode realizar ataques estratégicos, apoio aéreo aproximado, interdição e missões marítimas. “O B-52 é o bombardeiro mais capaz em combate do arsenal americano e um elemento essencial da estratégia de segurança nacional dos EUA”, afirma a Boeing. A aeronave é equipada com sensores ópticos, sistemas infravermelhos e miras avançadas, que aumentam a precisão dos ataques. Em missões noturnas, os tripulantes utilizam óculos de visão noturna para ampliar a visibilidade.
Os bombardeiros vistos sobre a região da Venezuela estavam em espaço aéreo internacional, dentro da chamada Região de Informação de Voo, área sob jurisdição venezuelana, mas fora de seu território. De acordo com o site FlightRadar, a rota percorrida pelos aviões formava um desenho que chamou atenção e pode ter sido parte de uma estratégia de guerra psicológica.
Desde setembro, os Estados Unidos intensificaram ataques a embarcações que, segundo o governo americano, pertencem a organizações narcoterroristas ligadas ao tráfico de drogas. O bombardeio mais recente ocorreu na terça-feira (14), quando militares americanos atingiram um barco em águas internacionais próximas à costa venezuelana, resultando na morte de seis pessoas. Trump afirmou que “a inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos e associada a redes de narcoterrorismo”.
As ações, porém, têm sido criticadas por entidades internacionais. A Human Rights Watch classificou os bombardeios como “execuções extrajudiciais ilegais”, e o Conselho de Segurança da ONU debateu o tema, alertando para o risco de uma escalada militar na região. O governo da Venezuela, por sua vez, pediu uma investigação internacional e afirmou que as vítimas eram pescadores.
O bombardeiro B-52 entrou em operação em 1955 e continua ativo após quase sete décadas, mede 48,5 metros de comprimento, tem envergadura de 56,4 metros e pode atingir velocidade máxima de 1.050 km/h e altitude de até 15 mil metros. Cada unidade é tripulada por cinco pessoas e impulsionada por oito motores. Ao todo, 744 exemplares foram fabricados para a Força Aérea dos EUA e a Nasa.
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Do R7 Portal d24am