
Em 2024, ação causou um prejuízo estimado em R$ 600 milhões às organizações criminosas
Manaus – No coração da Amazônia, onde a vastidão verde esconde riquezas naturais e desafios imensuráveis, uma operação militar se destaca na defesa da soberania nacional e na proteção ambiental: a Operação Ágata Amazônia.
Instituída em 2011 pelo Decreto nº 7.496, de 8 de junho, a Operação Ágata surgiu no âmbito do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), com o propósito de fortalecer a prevenção, controle e repressão de delitos transfronteiriços e ambientais ao longo dos 16.886 quilômetros de fronteiras que o Brasil compartilha com dez países sul-americanos. A iniciativa visava integrar as ações das Forças Armadas com órgãos de segurança pública e agências governamentais, para promover a resposta coordenada aos desafios impostos pela extensão territorial e pela diversidade de crimes na região.
Ao longo dos anos, a Operação Ágata consolidou-se como ação conjunta da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em colaboração estreita com órgãos de segurança pública e agências governamentais. Essa integração permitiu a realização de operações sistemáticas e coordenadas, com a finalidade de coibir atividades ilícitas como tráfico de drogas, contrabando, garimpo ilegal e crimes ambientais. Em 2016, com a instituição do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF) pelo Decreto nº 8.903, de 16 de novembro, a Operação Ágata foi incorporada a esse novo programa, ampliando o escopo para incluir não apenas a faixa de fronteira terrestre, mas também a costa marítima brasileira. Essa expansão visou aprimorar a repressão a delitos transnacionais, ao considerar a importância estratégica das águas jurisdicionais brasileiras.
Ao longo da trajetória, a Operação Ágata alcançou resultados significativos no combate aos crimes transfronteiriços. Em 2024, por exemplo, a Operação Ágata Amazônia resultou na apreensão de 4,2 toneladas de pasta base de cocaína, 704 kg de maconha, além de armas, munições, motores e aproximadamente 2 kg de ouro destinados a atividades ilícitas. Além disso, foram neutralizadas 120 embarcações utilizadas em crimes ambientais e contrabando, causando um prejuízo estimado em R$ 600 milhões às organizações criminosas.
Além das ações repressivas, a operação também se dedica a atividades cívico-sociais, oferece atendimentos de saúde básica às comunidades indígenas e ribeirinhas. Em 2023, por exemplo, durante a Operação Ágata Fronteira Norte, as Forças Armadas registraram a entrega de 25 mil cestas básicas na Terra Indígena Yanomami, um marco relevante em termos de operações de ajuda humanitária, especialmente quando consideramos a dificuldade de acesso à região.
A Operação Ágata representa um esforço contínuo e adaptativo do Estado brasileiro na proteção das fronteiras e na preservação da Amazônia. Ao enfrentar desafios complexos, como a vastidão territorial, a diversidade de crimes e a necessidade de coordenação entre múltiplas agências, a operação busca garantir a integridade territorial e o bem-estar das populações ribeirinhas e comunidades indígenas. A continuidade e o aprimoramento dessas ações são essenciais para fortalecer a presença do Estado em regiões remotas e combater eficazmente os ilícitos que ameaçam a soberania nacional e o meio ambiente.
Além de combater crimes ambientais e transfronteiriços, a Operação Ágata Amazônia reafirma a presença do Estado em áreas de difícil acesso, promove segurança e fortalece a soberania nacional. O sucesso das operações evidencia a importância da cooperação entre diferentes órgãos e a necessidade de investimentos contínuos na proteção da Amazônia.
O avanço das ações da Operação Ágata demonstra que o combate aos ilícitos na região não pode ser negligenciado. O desafio continua, mas os resultados recentes provam que a atuação conjunta das Forças Armadas e das instituições parceiras tem sido essencial para conter a degradação ambiental e a criminalidade na Amazônia.
Diante dos desafios crescentes na Amazônia, a Operação Ágata reafirma o papel estratégico na defesa do território nacional e na proteção dos recursos naturais. Mais do que uma ação repressiva, trata-se de uma iniciativa que fortalece a presença do Estado em áreas vulneráveis, inibe a ação do crime organizado e leva assistência às populações mais isoladas. O impacto transcende os números das apreensões e prisões, que reflete o compromisso contínuo do Brasil com a segurança nas fronteiras e a preservação de um dos biomas mais importantes do planeta.
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Da Redação Portal d24am