
(Amazonianarede – Ag. Estado)
A diplomacia boliviana e brasileirão em ação. Uma comitiva de autoridades da Bolívia se reuniu nesta sexta-feira (6), em Brasília, com os ministros José Eduardo Cardoso e Luis Inácio Admss (Justiça) e (Advocacia-Geral da União) para entregar documentos que embasam os processos ajuizados contra o senador boliviano Roger Pinto Molina.
Segundo os representantes do governo Evo Morales, as acusações contra o parlamentar boliviano não se tratam de perseguições “políticas ou ideológicas”, e sim de casos criminais.
“[Molina] não se trata de uma pessoa perseguida por suas ideias políticas, por seus pensamentos ideológicos. É um fugitivo da Justiça boliviana”, enfatizou o ministro de Governo da Bolívia, Carlos Gustavo Romero.
Opositor do governo Evo Morales, o parlamentar da Bolívia fugiu no mês passado da embaixada do Brasil em La Paz, na Bolívia, onde estava asilado, para Brasília. A operação que trouxe Molina ao país, organizada pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, gerou uma crise diplomática entre os dois países.
Por conta do episódio, o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi demitido e Saboia foi removido da embaixada brasileira em La Paz.
No fim de agosto, logo após a chegada de Molina ao Brasil, o procurador geral interino da Bolívia, Roberto Ramírez, informou que o Ministério Público avaliava pedir extradição do senador.
Segundo as autoridades bolivianas, o senador responde a cinco processos no país e foi condenado pela justiça boliviana. Pinto Molina se diz perseguido político do governo Morales e vivia como asilado na embaixada brasileira havia mais de um ano.
Acusações
O ministro de Governo da Bolívia ressaltou que, ao contrário do que Molina tem repetido no Brasil, ele não é alvo de mais de 20 processos criminais no país vizinho. De acordo com Romero, o parlamentar tem “faltado com a verdade” em suas declarações à imprensa brasileira ao relatar que responde a dezenas de ações criminais.
“Estamos convencido de que a documentação apresentada é contundente, objetiva e demonstrativa dos casos criminais que envolvem o senador Pinto Molina. Estamos à disposição para apresentar qualquer informação complementar que seja requerida pelas autoridades brasileiras”, disse o ministro de Governo da Bolívia.
O integrante do primeiro escalão de Evo Morales relatou após a conversa de 1 hora e 40 minutos com os ministros brasileiros o teor das cinco acusações de corrupção a que Molina está sendo processado. Entre as suspeitas, está a denúncia de que ele teria participado de um desvio de cerca de US$ 2,5 milhões que haviam sido repassados pelo governo federal a uma universidade localizada no norte da Bolívia.
À época das irregularidades, destacou o ministro boliviano, o senador comandava a prefeitura do município de Pando. Romero disse que quatro pessoas foram condenadas pela Justiça boliviana a um ano de prisão por conta do crime, entre elas Molina.
“O senhor Pinto Molina teve respeitadas todas suas garantias constitucionais. Ninguém violou seus direitos. Ele tinha a possibilidade de se defender frente a esses processos, contratando advogados, mas diante da impossibilidade de comprovar sua inocência decidiu fugir do país e da Justiça boliviana”, observou o ministro. Um grande embaraço diplomático para os dois países.
O fato tem provado entre Brasil e Bolívia mm grande embaraço diplomático para os dois países.