O ex-presidente e o ex-ministro foram presos na quinta-feira pela Operação Descontaminação e aguardam para hoje julgamento de habeas corpus
Rio – – Michel Temer (MDB) aguarda para esta sexta-feira uma decisão sobre o pedido de habeas corpus portocolado nessa quinta-feira (21) no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
O HC será analisado pelo desembargador federal Iva Athié. Ainda hoje o emedebista deverá prestar depoimento à Polícia Federal.
Temer foi preso na manhã dessa quinta-feira, em São Paulo, próximo à casa dele. O ex-presidente foi levado ao Rio em uma avião da PF e passou a noite em uma sala de 20 metros quadrados no terceiro andar da sede da instituição, no Centro da capital fluminense. A sala tem ar- condicionado e frigobar.
Na noite de ontem, Temer recebeu a visita do ex-ministro Carlos Marun. Ao sair da PF, ele comentou que Temer ficou “surpreso” e está “indignado” com a prisão.
O ex-presidente e mais nove pessoas foram presas no âmbito da Operação Descontaminação.
Em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira, procuradores do Ministério Público Federal acusaram Temer de liderar uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propinas.
A operação partiu de indícios de irregularidades em contrato para obras da usina nuclear de Angra 3.
Para a defesa do ex-presidente, não foi comprovada qualquer ilegalidade e a prisão foi um “atentado” ao Estado democrático de direito.
Moreira e coronel lima
O ex-ministro Moreira Franco e João Batista Lima Filho – o coronel Lima, amigo de Temer e dono da Argeplan – estão presos em Unidade Prisional Especial da Polícia Militar de Niterói. Nestes primeiros dias eles ficarão isolados, sem contato com outros presos.
Ambos estão na mesma unidade prisional do ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão. Moreira Franco e o coronel Lima passarão por avaliações de médicos, psicólogos e dentistas – praxe comum a todos os presos.
Eles usarão calção azul e camisa branca e permanecerão com cabelos e barbas aparados, no estilo militar.
Diariamente participarão de suas solenidades: cantar o hino nacional e hasteamento da bandeira nacional.
A princípio, Michel Temer permaneceria no mesmo local, mas a defesa obteve a autorização do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, para ficar na sede da Polícia Federal.
Na decisão, o magistrado alegou o princípio da isonomia, já que o ex-presidente Luiz inácio Lula da Silva (PT) está preso na Superintendência da PF em Curitiba.
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