Uruguai – é o primeiro país do mundo a distribuir a substância legalmente por meio de rede autorizada. Mecanismo estatal controlará todo o processo. A partir desta quarta-feira 19 tem início no Uruguai a venda legalizada de maconha para fins recreativos.
Com isso, o país sul-americano se torna o primeiro do mundo onde o próprio Estado distribui a substância legalmente por meio de uma rede de farmácias autorizadas, em um mecanismo que deverá controlar todo o processo, desde o cultivo até o consumidor final.
De acordo com a nova regra, interessados poderão adquirir a substância em 16 farmácias registradas pelo país a um custo de 187 pesos uruguaios (cerca de 20 reais) por cinco gramas, informou nesta terça-feira o Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA).
Até o momento, duas variedades da droga foram registradas: a Alfa I e a Beta I, ambas com uma concentração de cerca de 2% de tetrahidrocanabinol (THC), componente psicoativo da planta.
O acesso à erva se dará com a impressão digital do usuário, que assim não precisará divulgar suas informações pessoais. Haverá, no entanto, um limite de compra de 10 gramas semanais e 40 mensais, e os consumidores deverão ter mais de 18 anos, cidadania uruguaia ou residência no país há mais de um ano.
Para se ter acesso à maconha legal também será necessário se registrar nas agências dos correios do país. De acordo com os últimos dados da IRCCA, o número de pessoas já habilitadas é de 4.959.
A venda em farmácias ainda é limitada e não cobre todo o território do Uruguai, mas as autoridades acreditam que, pouco a pouco, irão adicionar mais estabelecimentos e registrar mais consumidores, pois isso fará com que o produto possa ser adquirido por meios legais sem exposição do usuário aos riscos de comércio ilegal.
A liberação da venda de maconha em farmácias estava prevista na lei que regulou a produção, comercialização e distribuição da droga. A regra havia sido aprovada em dezembro de 2013 durante o governo do então presidente José Mujica (2010-2015).
Simultaneamente à distribuição em farmácias, operam no Uruguai outros dois mecanismos legais para aquisição de maconha: os clubes de cannabis (63 autorizados) e os chamados autocultivadores.
Amazonianarede-Carta Capital