Brasilia – O ministro Sergio Moro (Justiça) enviou pedido ao Senado para que possa ir à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa explicar o episódio dos vazamentos de conversas. A audiência foi marcada para 19 de junho (4ª feira da semana que vem), às 9h.
“O ministro Moro enviou a carta e vamos atendê-lo. Só preciso conciliar com os demais pedidos que senadores já apresentaram”, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O pedido de Moro foi apresentado a Alcolumbre pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). No documento (eis a íntegra), o senador diz confiar em Moro: “Será uma oportunidade para que ele demonstre a lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito da sua conduta à frente da operação Lava Jato”.
A data da audiência foi confirmada pela presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS).
Clima ruim
A atitude do ministro visa a debelar o clima ruim que se estabeleceu depois que foi publicado o conteúdo de diversas conversas suas com o procurador da República Deltan Dallagnol, responsável pela Lava Jato em Curitiba (PR).
Na Câmara, estão sendo coletadas assinaturas para criar uma CPI da Vaza Jato e investigar possíveis irregularidades cometidas por Moro e por Dallagnol no curso das apurações da Lava Jato.
O ministro negou ter cometido algo irregular e Dallagnol também sustentou que todas as conversas se deram dentro da legalidade.
Pouco antes da declaração de Alcolumbre, a líder do Governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) havia manifestado o desejo do ministro de apresentar-se espontaneamente para prestar esclarecimentos sobre as conversas vazadas.
“Se há qualquer dúvida em relação a qualquer questão envolvendo o ministro Sergio Moro, ele vem até o Parlamento e conversa com os parlamentares, não tem problema nenhum”, afirmou Hasselmann ao deixar a Comissão Mista do Orçamento do Congresso, onde foi aprovado o projeto de lei que libera R$ 248,9 bilhões para o governo.
A intenção, segundo a deputada, é não deixar que a revelação das conversas atrapalhe a tramitação da reforma da Previdência, pauta considerada prioritária pelo governo e que deve ter o relatório apresentado na Comissão Especial nesta 5ª (13.jun.2019).
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