Sem acordo manauaras continuam, sofrendo com a greve dos rodoviários, por isso sem ônibus

Sem acordo manauaras continuam, sofrendo com a greve dos rodoviários, por isso sem ônibus

Manaus, AM – A greve dos rodoviários deve continuar pelo quarto dia seguido nesta sexta-feira (1º). A categoria reivindica reajuste salarial para motoristas e cobradores. Uma série de reuniões foi realizada entre representantes das empresas e dos rodoviários, mas nenhum acordo foi definido. Com isso, apenas 30% da frota estará nas ruas nesta sexta.

“A questão não é mais multa, e sim sobrevivência [dos trabalhadores]”, diz o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (31), Givancir pediu a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as empresas do transporte coletivo. “É inadmissível dizer que não tem lucro. Nenhum empresário entra no ramo para ter prejuízo”, afirmou.

O presidente do Sindicato disse ainda que o reajuste de 1,5% proposto pelo Sinetram deve ocorrer junto com a demissão de 2 mil rodoviários.

“A intenção deles é demitir metade da categoria e botar ganhando metade do salário, sem plano de saude. Com isso, o Sinetram teria um lucro mensal de quase R$ 15 a 18 milhões. Para onde vai esse dinheiro? A passagem vai baixar? Não vai baixar, isso já está em planilha”, questionou.

Givancir pontuou que a categoria pede 3% de reajuste “pelo menos deste ano”, sem contar os 3,5% da convenção coletiva de 2017. “Quem manda no Sinetram em tese é para ser o prefeito. Se o sinetram não pode pagar os trabalhadores, a prefeitura deve pagar”, acrescentou Givancir.

Entenda

Os motoristas e cobradores deflagraram greve na terça-feira (29) e somente 30% da frota saiu das garagens. O segundo dia de paralisação o volume de ônibus circulando foi 70%. Na terça-feira mais de 350 mil pessoas foram prejudicadas, ontem mais de 255 mil usuários também foram afetados, de acordo com os operadores do sistema.

Os passageiros reclamam das dificuldades com transporte na capital. Atualmente, as nove concessionárias que operam o transporte coletivo de Manaus transportam, em média, 750 mil passageiros em 229 linhas.

A categoria pede reajuste salarial de 6,5% referente à data-base de 2017 e também de 2018. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), que representa as empresas do sistema de transporte coletivo de Manaus, disse que o reajuste máximo possível é de 4%. Os rodoviários reivindicam o repasse do FGTS e INSS.

Reuniões foram intermediadas pela Prefeitura de Manaus, mas não houve consenso entre as lideranças dos sindicatos. O prefeito de Manaus, Arthur Neto, anunciou, nessa quarta-feira (30), que o Município deve entrar com duas ações civis públicas contra os sindicatos que representam as empresas e os rodoviários do transporte coletivo.

“A gente até aceitou a proposta do Sinetram, mas ficaram de negociar. Se não querem negociar vai ter greve. Houve uma conversa na prefeitura, mas não houve negócio. A gente só vai negociar agora no Tribunal”, afirmou Givancir Oliveira.

As duas entidades sindicais trocam acusações. O Sindicato dos Rodoviários afirma que processo seletivo de trabalhadores em empresas durante greve foi para intimidar grevistas.

“A categoria está na sua razão. Estão querendo demitir muitos trabalhadores para colocar horistas de acordo com nova regra trabalhista. As filas de trabalhadores nas empresas foram para intimidar. Segundo porque eles achavam que íamos fazer um acordo e aprovaríamos que eles se beneficiassem da reforma trabalhista. Assim eles contratariam funcionários por hora e negociariam diretamente com o funcionário, salário abaixo da convenção coletiva e sem os benefícios”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários.

Sem acordo entre  as partes, rodoviários continuam com a greve e Manaus com menos ônibus nas ruas

Já o Sinetram alega que os rodoviários deflagraram greve ilegal e estão contrariando a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O Sinetram afirma que o Sindicato dos Rodoviários que ter poder de contratação de pessoas nas empresas.

“Estamos com uma liminar em vigor da presidência do Tribunal do Trabalho que determinou que eles voltassem ao trabalho sob pena de multa de R$ 200 mil por hora. Nós acreditamos na Justiça e esperamos que eles tenham a sensibilidade de voltar ao trabalho sem prejudicar a população.

Todavia, não é isso que aconteceu e a situação piorou. Eles aumentaram o contingente de greve. Estamos abertos ao diálogo, mas não podemos dialogar sendo a cidade tomada de refém”, afirmou o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges.

A presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Eleonora de Souza Saunier, deferiu uma nova liminar e aumentou a multa para de R$ 30 mil, para R$ 200 mil por hora de paralisação e em caso de descumprimento, pediu apoio das forças policiais para manter a ordem.

A greve dos trabalhadores de empresas de ônibus é a 10ª realizada este ano em Manaus.

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