
Manaus, AM – – Com a proposta de gerar mais competividade no mercado econômico, órgãos ligados à Zona Franca de Manaus (ZFM) articulam ações para fortalecer o modelo no segundo semestre do ano. Dentre as medidas estão: aprovação e publicação de Processos Produtivos Básicos (PPB) e incentivo à ampliação de exportação dos produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM) além do foco à atração de novos polos industriais para a região.
A meta, segundo a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, é que no segundo semestre as exportações sejam impulsionadas em até 50% em relação ao volume obtido nos primeiros meses de 2016. Países como México, China, Japão e ainda os que compõem a PanAmazônia fazem parte do projeto de expansão às comercializações estrangeiras.

De acordo com a superintendente, uma das metas da Suframa para o segundo semestre é impulsionar as exportações com crescimento de pelo menos 50%, o que ela considera ser possível mediante o crescimento registrado no primeiro semestre por alguns segmentos como o polo de duas rodas.
“Trabalhamos com metas e os números das exportações até 2015 eram muito tímidos. A meta é crescer 50% ainda neste ano e ficamos felizes porque alguns setores atingiram esse crescimento. A cada mês vamos analisar de que forma o trabalho pode ser melhorado para obtermos os resultados”, explicou Rebecca.
De acordo com a Suframa, a aprovação e publicação de PPBs é outro instrumento para o fortalecimento do modelo, à medida que possibilita a manutenção e a atração de investimentos no PIM, bem como contribui para a diversificação e a agregação de valor das cadeias produtivas regionais, gerando, consequentemente, emprego e renda e melhoria nos indicadores socioeconômicos.
“Estamos trabalhando constantemente na aprovação dos PPBs e aos poucos vamos caminhando. Com isso, estamos garantindo que investimentos venham e permaneçam na região. Outra ação que a Suframa está debruçada no momento é a elaboração de um plano industrial que nos permita saber onde queremos chegar daqui a 20 anos e o que faremos para chegar lá.
Nenhuma indústria trabalha sem esse plano, então entendemos que seria fundamental construir essa ferramenta, em parceria com a indústria, com o governo do Estado e demais entes, de forma que tenhamos condições de pla

Segundo o consultor Manoel Cardoso, dependendo da decisão no cenário político do Brasil, o setor industrial espera resultados favoráveis ainda em 2016. Ele considera que dentro do contexto de maximização, o processo de aprovação do PPB foi o passo inicial para a implantação de novos segmentos industriais na ZFM, como o de produtos letroportáteis.
“De certa forma nós já temos competividade com esse segmento, uma vez que há fabricação de matéria-prima no PIM. Esses itens são extremamente favoráveis para esse setor, demonstrando melhoramento em plena crise aguda. São produtos com valores baixos e rentabilidade maior”, explica o consultor.
Ele destaca que, a ideia é revigorar o modelo com atração de polos complementares, sem esquecer dos que já foram implantados e criando alternativas de fortalecimento.
Outra estratégia da autarquia tem foco na ampliação das exportações, buscando fazer com que produtos do Polo Industrial de Manaus ganhem participação no mercado externo como alternativa a crises econômicas internas. Na avaliação do especialista, a ZFM tem que abrir acordos bilaterais com outros países como alternativa de mercado.
Ele explica que, empresas instaladas em Manaus, como a multinacional Honda já investem na exportação de motos. “As articulações estão sendo feitas com empresas globais, porque vimos uma situação favorável, por exemplo, no mercado da América Latina. Somos totalmente voltados para atender apenas o interno e precisamos expandir”, avalia.
Os segmentos de duas rodas e eletroeletrônico continuam sendo os principais responsáveis pelos números do PIM.
Ele informa ainda que, o Brasil continua sendo extremamente interessante para o mercado mundial, tendo empresas com capacidade de investimento no setor industrial de olho na decisão política do país.
“Após a estabilidade, espera-se uma sinalização positiva rápida, mas isso depende do andamento político. Acredito que ainda esse ano, tenhamos pontos animadores neste sentido, o que refletirá diretamente no PIM”, reforça Cardoso.
Mais ações

Segundo a Suframa, além da continuidade nos esforços de fixação e alteração de outros PPBs que estão no momento sendo discutidos e analisados pelo governo federal, as ações articuladas para o fortalecimento do modelo ZFM no segundo semestre incluem o aprofundamento nas ações de implantação do projeto Zona Franca Verde e o fortalecimento do Distrito Agropecuário da autarquia.
Outra ação prevê o aprimoramento e o melhor aproveitamento de produtos e serviços inseridos na cadeia turística amazônica. Também está na lista de estratégias, a finalização do processo de construção de um Plano Diretor Industrial que indique, claramente, metas e metodologias a serem seguidas nos próximos 20 anos, entre outras.
Convergência digital

Nos últimos anos, o modelo da ZFM sofreu inovações tecnológicas, é preciso voltar a atrair o setor de informática, argumenta o consultor Manoel Cardoso. Com a chamada convergência digital, muitos serviços foram juntados em um único aparelho, como o celular.
“Segundo pesquisas, a produção de um celular é até 4 dólares mais barato e o volume de venda não sofreu com a crise nos últimos meses. Vimos que o perfil do consumidor mudou, ele não deixa de comprar, mas prefere adquirir um mais barato”, observa.
Empresas como Nokia e Positivo já ocupam esse mercado. Sobre a produção de televisores, as telas de cinescópio deram espaço para as planas, que tomaram conta do mercado.
O PIM já contou com cerca de 17 empresas produtora do segmento, em Manaus. Outro segmento impactado com as inovações tecnológicas foi o de eletroeletrônico.
Cenário
Conforme a Suframa, estudos da consultoria Euromonitor International apontam que as vendas de máquinas de café no Brasil em 2015, cresceram 13,2% relação ao ano anterior, para 934,4 mil unidades e as fritadeiras tiveram alta de 18,6%, para 1,1 milhão.
De acordo com a pesquisa, a expectativa é que até 2019 a venda de eletroportáteis supere a marca de 95,7 milhões unidades. Com a produção de cafeteiras elétricas no PIM, a expectativa é que crie 500 novos empregos e gere investimentos de R$ 70 milhões.
O PPB das cafeterias elétricas, foi estabelecida pela portaria Interministerial nº 175, assinada no último dia 14.
Também foi publicada na semana passada, a Portaria Interministerial nº 176/2016, que altera o PPB para os produtos “Ciclomotores, Motonetas, Motocicletas, Triciclos e Quadriciclos” industrializados na ZFM.
Amazoninanarede-Jornal do Commercio