
Governo quer incluir outros cinco assuntos na investigação da Petrobras. Oposição critica a estratégia do Planalto.
O governo conta com pelo menos 40 assinaturas no Senado e o apoio maciço da base parlamentar na Câmara para ampliar o escopo da CPI da Petrobras a ponto de inviabilizar qualquer trabalho da comissão. A estratégia, discutida na quarta-feira à noite pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é incluir na CPI cinco pontos de investigação: Porto de Suape (PE); refinaria Abreu e Lima (PE); Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig); caso Alstom, que envolve o metrô de São Paulo; e a gestão do PSB de Eduardo Campos à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia nos oito anos de governo Lula.
A ideia é apresentar o requerimento para uma CPI ampliada já na terça-feira, quando Renan deve ler a proposta de investigação da Petrobras, com 29 assinaturas, protocolada pela oposição na última quinta-feira. Com isso, os governistas acreditam que vão pressionar a oposição a “sair da toca”. “Teve muita gente valente nessas duas últimas semanas.
Veremos o tamanho dessa valentia agora”, afirmou um senador aliado. Antes mesmo da posse como ministro da articulação política (veja mais na página 4), o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) tem articulado intensamente para que a Câmara também apoie a proposta. “Vamos conversar com a bancada. Mas eu acho ruim você abrir demais a investigação sem ter um foco. Isso desmoraliza o Congresso”, protestou o líder do PR na Câmara, Bernardo Santana (MG).
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também é reticente, embora reconheça que se renderá à decisão dos deputados do PMDB. “Se abrir para a Cemig, daqui a pouco vão querer investigar Eletrobras e outras empresas do setor elétrico. CPI sempre é uma dor de cabeça”, completou ele. O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirma que ainda há muita especulação sobre a proposta. Mas não se mostra contrário à ampliação das investigações. “Tudo o que vier para contribuir no esclarecimento dos fatos, melhor”, ponderou.
Por: Correioweb