
Manaus, AM – Os preços das verduras, legumes e frutas pagos aos fornecedores pelos comerciantes dispararam nos últimos dias em Manaus. O motivo: a falta de estoque. O abastecimento desses alimentos, que são fornecidos por estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, tem reduzido com a greve dos caminhoneiros.
A previsão dos comerciantes é que a oferta de alguns itens sofra impacto e reajustes sejam repassados ao consumidor amazonense, a partir desta segunda-feira (28).
Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), o setor já é impactado com encarecimento de insumos. Falta estoque de milho e farelo de soja, que é transportado do Mato Grosso e serve de alimento para animais. Em dois ou três dias as aves serão impactadas.
Localizada no Centro de Manaus, a Feira da Banana é uma das principais da capital. Na manhã de nesta segunda-feira, a principal preocupação dos feirantes era com estoque de verduras, legumes e frutas importadas de outros estados.
Preços
Segundo a Comissão Gestora da Feira da Banana, os reflexos no abastecimento de produtos naturais começou ser sentidos. A saca de cebola, por exemplo, que custava até R$ 70 agora é vendida por R$ 150. Se o preço aumentou, por outro lado a quantidade de alimentos in natura reduziu.
O feirante Carlos Cavalcanti, de 36 anos, contou que estão sendo comercializadas as frutas, verduras e legumes que já estavam no estoque, que foi adquirido antes da greve dos caminhoneiros ser deflagrada.
“Agora, pouca mercadoria vai conseguir chegar do Centro-Oeste e Sudeste. A partir de hoje os preços vão aumentar porque teremos que reajustar os preços de venda para repassar o aumento que teremos”, afirmou o feirante.
Na feira do Porto da Ceasa, na Zona Sul de Manaus, os comerciantes têm se desdobrado para manter os preços. Uma caixa de tomate que custava R$ 70 saltou para R$ 100. O valor da saca de batata inglesa dobrou, de R$ 100 para R$ 200. O saco de cebola era R$ 95 passou para R$ 130.
Apesar dos aumentos nos fornecedores, o comerciante Marcioney da Silva, de 46 anos, disse que ainda não repassou o custo para o consumidor.
“Ainda não reajustei porque quando fiquei sabendo que iria aumentar no fornecedor corri para comprar algumas caixas e sacas com preço antigo. Não faltou os produtos nos últimos dias, mas aumentaram os preços. Acho que teve muito oportunismo de fornecedores nesse momento das dificuldades de transporte das mercadorias”, afirmou o comerciante.
Nos supermercados da capital também já há frutas, verduras e legumes mais caros. O G1 constantou aumentos em algumas redes com a venda de cebola e tomate, por exemplo.
Produtos regionais
A crise no abastecimento não deve impactar os alimentos in natura regionais. A banana, mamão, maracujá não serão afetados.
Já a melancia deve ter oferta reduzida por conta do término da safra em Boa Vista (RR), pelas dificuldades de transportar a fruta de Mato Grosso e de outros estados do Brasil para o Amazonas.
Veja os principais reflexos da paralisação no estado:
Combustível
Com medo do desabastecimento, motoristas chegaram a fazer filas em postos para garantir o combustível desde a noite de quinta-feira, quando o litro da gasolina comum chegava a R$ 4,89, enquanto a aditivada estava a R$ 4,99.
Transporte
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), a capital tem cerca de 1,3 mil coletivos, 100% deve circular, segundo sindicato.
Alimentos
Não ocorreu desabastecimento por conta greve. O Sindicato dos Feirantes do Amazonas informou que 80% dos alimentos chegam a Manaus de outros estados.
Educação
As aulas foram suspensas em quase 500 escolas da rede municipal de ensino de Manaus, na sexta-feira e normalizadas nesta segunda. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) informou que as atividades também foram suspensas.
Comércio Comércio
Uma rede de supermercados orientou consumidores a comprar até cinco unidades de cada produto para evitar desabastecimento em Manaus. Cartazes com o comunicado alertam sobre a medida, que ocorre em razão dos impactos da greve de caminhoneiros.
Amazoninarede-Rede Amazonica ( as fotos que ilustram a matéria, são de arquivo, antes da greve)