Amazonas é o estado que mais desmatou a Amazônia em junho deste ano, aponta Imazon

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Imagem aérea de sobrevoo de monitoramento de desmatamento na Amazônia no município de Lábrea, Amazonas, realizado em 26 de março de 2022 — Foto: Greenpeace/Divulgação

Levantamento feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), aponta que o estado lidera com 40% da área desmatada. Estado teve 93 quilômetros quadrados da Amazônia desmatados.

O Amazonas é o estado que mais desmatou a Amazônia em junho deste ano, revelou um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado neste mês. O levantamento, com dados obtidos pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), aponta que o estado lidera o ranking com 28% de área desmatada.

O SAD realiza o monitoramento da região por satélites desde 2008, considerando o chamado “calendário do desmatamento”, que vai de agosto a julho do ano seguinte.

O monitoramento indicou que o Amazonas teve 48 quilômetros quadrados da Amazônia desmatados. O município que mais teve registro de desmatamento foi Apuí, no sul do estado com 32 quilômetros quadrados de floresta desmatada.

Outras três cidades do Amazonas compõe o ranking que indica que os 10 municípios com as maiores áreas desflorestadas.

🌳Apuí: 24 km² (1º lugar)
🌳Lábrea: 14 km² (3º lugar)
🌳Manicoré: 10 km² (7º lugar)
“Os números elevados indicam que a vegetação nativa segue sendo destruída em ritmo preocupante e reforçam a necessidade de intensificar essas medidas (de preservação)” afirmou Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon
O g1 questionou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) para saber qual o posicionamento do órgão sobre os dados do estudo e quais ações estão sendo tomadas para conter o desmatamento no estado, mas até a atualização mais recente desta reportagem não houve resposta.

Segundo o levantamento, mesmo colocando o estado na primeira colocação entre os estados que mais desmataram em junho, o número representa uma queda de 18% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Apesar da redução registrada no período, a devastação acumulada no chamado “calendário do desmatamento”, que vai de agosto de 2024 a julho de 2025, apresentou alta de 11% em comparação ao ciclo anterior.

O desmatamento detectado em junho de 2025 também ocorreu em outros estado do Norte e do Centro-Oeste:

Mato Grosso (26%),
Pará (25%),
Acre (6%),
Maranhão (6%).
Rondônia (5%)
Tocantins (2%),
Roraima (2%),

Em junho de 2025, o SAD detectou 326 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, uma redução de 18% em relação a junho de 2024, quando o desmatamento somou 398 quilômetros quadrados.

O Imazon aponta que a maioria (75%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (19%), Unidades de Conservação (4%) e Terras Indígenas (2%)

Aumento da degradação florestal

Conforme o monitoramento, a degradação florestal também aumentou. Em junho deste ano foram detectados 207 quilômetros quadrados de degradação florestal, o que representa um aumento de 86% em relação a junho de 2024, quando a degradação detectada foi de 111 quilômetros quadrados.

Degradação florestal é a redução da qualidade da floresta, caracterizada pela perda de sua estrutura, funções e biodiversidade, sem que a floresta seja completamente removida. Ao contrário do desmatamento, onde a floresta é totalmente eliminada, na degradação a vegetação permanece, mas em um estado de deterioração

amazonianarede
Por Lucas Macedo, g1 AM — Manaus

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