A MINHA MANAUS

,ARAUJO OSNYOsny Araújo*

Hoje, 24 de outubro, não escreverei sobre questões políticas partidárias, como de costume. Vou me reportar um pouco sobre um passado ainda recente desta cidade maravilhosa, Manaus, também apelidada de cidade sorriso, banhada pelo caudaloso Rio Negro e emoldurada pelo fenomenal encontro das Águas, formado pelos rios negro e Solimões, uma das grandes atrações turistas da cidade aniversariante.

Não nasci nesta cidade maravilhosa. Nasci na cidade de Urucurituba, entre Itacoatiara e Parintins. Pela falta de escolas de qualidade no interior, meu saudoso pai Clovis Ferreira de Araújo, que era o chefe dos Correios da cidade e minha saudosa Marina, Marina resolveram trazer-me para Manaus, que me recebeu de braços abertos e comecei a estudar no meu querido Colégio D. Bosco, quando eu estava com apenas 11 anos de idade.

Como um ser saudosista, vou tentar lembrar um pouco da minha Manaus, do tempo de menino, adolescente e jovem, comeando lá pelos anos sessenta, quando a cidade tinha pouco mais de 300 mil habitantes.

Lembro-me dos desfiles escolares de 7 de Setembro, que eram realizados na Avenida Eduardo Ribeiro e a grande rivalidade na Prada cívica dos colégios D. Bosco, Escola Técnica, Colégio Estadual entre outros.

Recordo-me dos jogos de botões feitos de caroços de tucumã, do futebol de rua, dos bondes que mucegávamos, além de colocarmos vidros nos trilhos para fabricamos o cerol para os nossos papagaios de papel, dos jogos de bolinha de gude e das matinês nos cines Edem, Guarani, Polytheama, Odeon, Vitória e ideal e ao entrar nos cinemas, deixava a minha bicicleta Monark em frente aos cinemas e sempre a encontrava no mesmo lugar.

Já adolescente, não posso deixar de citar os famosos Arrais que eram realiados nos mais diferentes bairros da cidade. Dos balneários famosos como Parque 10, Fale Baixo, do Papai, Ponte da Bolívia, Tarumã e a Ponta Negra, que na época existia apenas a praia, sem nenhuma estrutura, mas frequentá-la era diversão certa. Chegar ao Tarumã e Ponte da Bolívia, era na época uma grande aventura, ficavam muito longe da área urbana.

Na minha adolescência e juventude, a minha Manaus era servida por ônibus com estrutura de madeira e as linhas não eram tão longas, como as atuais e teve um tempo, que a cidade foi basicamente servida por kombis como transporte coletivo, chamadas carinhosamente de expressos. Nessa época, os bondes não circulavam mais.

Nos finais de semana, já jovem, o programa eram as festas dançantes, em clubes como o Nacional, Barés, Fast, Cheik, Bancrevea, S. Raimundo, Sul América, Ypiranga, Uesa, SESC as Manhãs de Sol dançantes no Luso e Kliper Clube e outros, e curtiam animadas e tranquilas festas dançantes, som de Hi-Fi, isso te meia noite, porque precisava pegar o último ônibus para voltar pra casa em companhia de alguns amigos companheiros dessa odisseia. Muitas vezes perdemos o ultimo ônibus e cinco u seis amigos, estudantes e se dinheiro para um taxi da garagem Esportiva, o jeito era realizarmos longas e tranquilas caminhadas, por exemplo, da rua Saldanha Marinha onde ficava o Nacional, ate o Beco co Macedo onde morávamos.

É bom que se diga, que nessas caminhadas nas madrugadas de Manaus, nunca fomos molestados ou agredidos, tempo em que você caminhava nas ruas sem medo ou perigo, bem diferente dos tempos atuais, até porque a cidade tinha poucos consumidores de drogas, por isso a cidade não era violenta. Coisas do passado

As várias praças da cidade eram os pontos preferidos para os namorados, sempre com muita tranquilidade, coisas que infelizmente hoje não existem mais, embora tenhamos praças bonitas e bem equipadas, mas a segurança é o grande problema.

No campo esportivo, comelei a frequentar os campos de futebol ainda menino e foi no meu primeiro jogo, com 13 anos que foi pela primeira vez ao saudoso Parque amazonense, assistir uma partida amistosa entre Nacional e Paysandu. O Naça venceu por 2 X 0 e me transformei num apaixonado torcedor nacionalino, paixão que dura até os dias de hoje.

Também frequentava jogos nos estádio da Colina, no Campo do Nacional e naturalmente, no demolido Vivaldo Lima, que deu lugar a fantástica Arena da Amazônia, onde assisti o meu Vasco vence o Flamengo por 2 a 1, com Roberto Dinamite comandando a vitória vascaína na minha Manaus.

Nessa minha Manaus de saúde e muitas recordações, não poderia esquecer o Festival folclórico do Amazonas, criação de o Jornal e Diário da Tarde, que era realizado no Estádio General Osório.

Já com pouco mais de 18 anos, dei algumas voltas nos famosos “rende-voous” da cidade sorriso, como Shangrilá, que ficava mais ou menos onde hoje pé o Conjunto dos jornalistas, Verônica, mais ou menos onde hoje é o Mileniun, Maria das Patas, La hoje e mais alguns que não recordo os nomes.

Nos igarapés, que cortam a cidade, a diversão era tomar banho e passear de canoa. As águas eram limpas, diferente dos dias atuais, onde a poluição das águas é total. Lamentável.

Essa Manaus que recordo com muito carinho e saudade da minha infância. Adolescência e juventude era uma cidade pacata, sem violência, sem engarrafamentos e de poucas drogas nas ruas, ao contrário de hoje. Para finalizar, recordo os bons restaurante da época, quando os maiores prédios de Manaus, eram o hotel amazonas e o IAPETEC. Mas, falava em restaurantes, então vamos lá, recordo com carinho, Recordo do Chapéu de Palha, Canto da Peixada, (ainda em atividade), Palhoça, Canto do Alvorada, na estrada da Ponta Negra do Gabriela, no Boulevard Amazonas, (hoje, Álvaro Maia), restaurante do aeroporto de Ponta Pelada, esses os mais famosos da época.

Esta é a homenagem que presto a minha cidade de Manaus, a aniversariante deste dia 24, contando um pouco de inesquecíveis, grandes bons, felizes, felizes e saudosos momento que vivi e vivo nesta cidade maravilhosa, que mesmo tendo convite para trabalhar em outros Estados, como jornalista, numa quis deixar a cidade, onde conheci e me casei com a Fátima, criei e eduquei meus filhos, enterrei meus pais, Clovis e Marina Araujo e uma irmã, Delcy, mas que apesar desses percalços, coisas naturais da vida, são feliz e amo esta cidade banhada pelo rio negro, que tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição Obrigado Manaus, minha cidade querida.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

E-mail: [email protected]/[email protected]

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