
Brasilia – A Polícia Federal investiga se Gilberto Carvalho fez lobby para a empresa SGR, uma das que aparecem no inquérito. A CPI do Carf vai investigar as medidas provisórias que teriam sido compradas.O ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma, Gilberto Carvalho, foi interrogado. Ele aparece como suspeito de intermediar o esquema de vendas de medidas provisórias.
O relatório da Operação Zelotes aponta o suposto envolvimento do então secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, no esquema. E diz que documento aponta o conluio de Carvalho para defender interesses do setor automobilístico.
Diz que tudo indica que ele seria o contato de uma das empresas investigadas, a SGR, com o Palácio do Planalto. Durante a operação, a polícia encontrou vários documentos na casa do lobista Alexandre Paes dos Santos.
Um deles, escrito à mão, intitulado ‘café: Gilberto Carvalho’ mostra o que pode ser o resultado de uma reunião do dia 16 de novembro de 2009.
O subtítulo do bilhete é PIS/Cofins, Ford, modificar. O nome Nelson Machado também está no papel. Segundo os investigadores trata-se do então secretário executivo do ministério da Fazenda. Também aparecem os nomes do presidente da Caoa, Carlos Alberto, e do então representante da Mitsubishi, Paulo Ferraz. E a expressão ok entre dois valores.
Os investigadores dizem que Gilberto Carvalho e o lobista Mauro Marcondes tinham uma relação estreita e que documentos encontrados comprovam a hipótese de compra da medida provisória para beneficiar o setor automotivo usando Carvalho que ocupava a antessala do então presidente Lula.
A polícia aponta que Mauro Marcondes recorreu ao amigo Gilberto Carvalho para que o documento chegasse ás mãos do então presidente Lula, e para isso pede que essa incumbência seja daquela forma informal e low profile que só Gilberto Carvalho consegue fazer.
Também chamou a atenção da polícia uma troca de e-mails em que o lobista Mauro Marcondes alega ter pago R$ 4 milhões a pessoas do atual governo, o PT, informação que foi questionada por outro integrante do esquema. A polícia diz que vai investigar o fato porque esse valor já tinha aparecido no bilhete café: Gilberto Carvalho.
Em outro trecho, a polícia diz que dois investigados, o lobista Alexandre Paes dos Santos e o ex-integrante do Carf, José Ricardo da Silva, presos na operação, tinham acesso direto a Erenice Guerra. Que foi secretaria executiva da Casa Civil e depois chefe da Casa Civil. De acordo com a investigação, Erenice era frequentadora do escritório de José Ricardo.
Em nota, o ex-ministro Gilberto Carvalho negou qualquer interferência no andamento da medida provisória. Disse que não recebeu valores de qualquer pessoa durante os 12 anos no Palácio do Planalto. E que ele e o presidente Lula jamais se envolveram nesse tipo de negociação.
A Casa Civil da Presidência da República afirmou que não comenta investigações em andamento.
O Bom Dia Brasil não conseguiu falar com as empresas SGR, Ford, com Paulo Ferraz, com Erenice Guerra e nem com Alexandre Paes dos Santos.
Nelson Machado, que foi secretário-executivo do ministério da Fazenda, afirmou não saber do que se tratam as investigações e não quis comentar a reportagem.
A Caoa afirmou que o grupo jamais pagou para a aprovação de medidas provisórias e que obteve resultados negativos nos dois recursos que impetrou no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita. O Instituto Lula não quis se manifestar.
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