Amazonianarede – Jornal do Commercio
Manaus – A notícia de que em jogos da Copa do Mundo ninguém vai poder estacionar próximo à Arena da Amazônia causou diferentes reações na população. Para os espectadores dos jogos, a Unidade Gestora da Copa (UGP- Copa) está apostando na eficiência do transporte público.
Somente os transportes especiais vão poder circular dentro de um perímetro de 1 quilômetro próximo ao campo de jogo. Além desses, somente os profissionais envolvidos nos eventos poderão chegar de carro especiais credenciados até a Arena.
Diante desse cenário de isolamento, quem deverá se dar bem, com uma grande perspectiva de negócios, são os donos de terrenos próximos à Arena. A ideia é transformar as propriedades em estacionamentos.
Por conta disso, muitos procuram áreas próximas para comprar ou alugar. É nesse contexto que o terreno do vigilante Carlos Aymoré da Silva, no bairro da Alvorada, zona Centro-oeste, está sendo negociado com um empresário, que preferiu não ter o nome revelado.
De acordo com Carlos, os valores ainda não foram definidos, mas a negociação já está próxima do fim. “Eu pedi um valor e ele baixou um pouquinho. Mas, acho que vou fechar”. O vigilante acrescentou que ainda pensa em ganhar mais uns trocados, sendo ele mesmo o reparador do estacionamento.
A pequena casa de madeira, localizada dentro do terreno, deverá ser derrubada e, em seu lugar, o empresário pretende construir uma pequena lanchonete. “Vamos guardar o carro com todo o cuidado e segurança, e ainda vamos poder oferecer um lanche para o torcedor”, explicou o empresário. Dependendo da aceitação ele aposta na permanência da lanchonete após a Copa, já que o investimento que pretende fazer é alto. “Um trator deve limpar o terreno para depois nós colocarmos asfalto ou blokret”, disse o futuro proprietário.
O caso do vigilante Carlos não é o único que está acontecendo nos bairros da Alvorada, da Paz, Chapada e União. Nesses bairros, qualquer terreno baldio está atraindo a atenção de empresários que querem investir. “Daqui pra frente, vamos procurar qualquer área que possa vir a ser um estacionamento”, disse o corretor de imóveis Wilmar Gomes. Ele também salientou a valorização do bairro do Parque Dez de Novembro.
Transformar pequenos terrenos, num raio de no mínimo 1 quilômetro distante da Arena da Amazônia, em estacionamentos é mais um negócio que surge com a realização da Copa do Mundo em Manaus.
Longe de ser uma opção de investimento na lista dos órgãos oficiais, a compra ou aluguel desses terrenos é o tipo de negócio que está ganhando força e que poderá até ajudar a comunidade na questão da segurança.
“Esse terreno era invadido todos os dias por marginais, que só vinham aqui para se esconder ou consumir tóxico”, afirmou a vizinha de uma área que também está em negociação. “Isso aqui se transformando em estacionamento vou dormir mais tranquila”, complementou.