Semsa descarta possibilidade de surto de meningite em Manaus

Homero: não existe surto da doença em Manaus
Homero: não existe surto da doença em Manaus

Manaus – O secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão, descartou nesta sexta-feira, 11, qualquer possibilidade de um surto de meningite na capital, devido ao óbito nesta sexta-feira da estudante Talita Ferreira Gomes, que estudava na Escola Estadual Sólon de Lucena. Em entrevista coletiva na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o secretário tranquilizou a população e mostrou que Manaus teve, inclusive, redução de 33% de casos de meningite em 2014 em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

“Não existe epidemia. É apenas um caso isolado de meningite”, assegurou Homero, acrescentando que em 2013, a Semsa registrou 164 casos de meningite bacteriana e viral em Manaus, dos quais 19 evoluíram para óbito. Os números de 2014 já apresentam uma redução de 33% de incidência da doença. Até agora, foram registrados 23 casos com duas mortes confirmadas. Segundo o secretário, o caso da estudante desta sexta-feira configura clinicamente a meningite, mas somente um laudo laboratorial deve confirmar com exatidão que se trata da doença. “O Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológico da Semsa fez um bloqueio epidemiológico assim que tomamos conhecimento do caso”, assegurou Homero.

A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Dvae), Angélica Tavares, disse que todas as pessoas que tiveram contato com a estudante, sendo 12 colegas da Escola Estadual Sólon de Lucena, e 21 vizinhos e familiares, receberam doses da Rifanpicina, antibiótico para conter, caso haja contaminação, o avanço da doença. “Não há que se fazer alarde. Nós estamos com o controle total da doença. Na segunda-feira, 14, as aulas na escola que a aluna estudava serão reiniciadas”, informou Homero de Miranda Leão Neto.

A doença

Meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas coletivamente como meninges. A inflamação pode ser causada por infecções de vírus, bactérias ou outros micro-organismos e, menos comumente, por certas drogas. A meningite pode pôr em risco a vida em função da proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central e, por isso, essa condição é classificada como uma emergência médica.

Os sintomas mais comuns da doença são forte dor de cabeça e rigidez de nuca associados à febre alta, confusão mental, alteração do nível de consciência, vômitos e a intolerância à luz (fotofobia) ou a sons altos (fonofobia). Algumas vezes, especialmente em crianças pequenas, somente sintomas inespecíficos podem estar presentes, como irritabilidade e sonolência. A presença de uma erupção cutânea pode indicar um caso particular de meningite; a causada por bactérias do tipo meningococos.

Uma punção lombar pode ser usada para diagnosticar ou excluir um quadro de meningite. O procedimento envolve a inserção de uma agulha no canal medular para extração de uma amostra de líquor, o líquido que envolve o encéfalo e a medula espinal. O líquido coletado é, em seguida, examinado em um laboratório. O tratamento habitual para a meningite é a pronta administração de antibióticos e, por vezes, fármacos antivirais. Em algumas situações, corticóides podem ser usados para prevenir complicações da inflamação hiperativa. A meningite pode ter complicações sérias a longo prazo como epilepsia, hidrocefalia e déficit cognitivo, especialmente se não tratada rapidamente. Algumas formas de meningite, como aquelas associadas com meningococo, Haemophilus influenzae tipo B, pneumococo ou vírus da caxumba podem ser prevenidas através da vacinação, em crianças com até dois anos.

Reportagem: Agnaldo Oliveira Júnior – Foto: Karla Vieira / Semcom

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