Prefeito Arthur  Neto  alerta sobre os reflexos da reforma tributária para Zona Franca de Manaus

Prefeito Arthur  Neto  alerta sobre os reflexos da reforma tributária para Zona Franca de Manaus

Manaus, AM – O debate sobre a reforma tributária, esperado após a reforma previdenciária anunciada  pelo governo federal, preocupa o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto que, em mais um artigo publicado na sua página do Facebook, nesta quarta-feira, 13/2, volta a defender os interesses da Zona Franca de Manaus.

Ele teme que certas medidas atinjam vem cheio o Polo Industrial de Manaus.

“A questão é simples. Ou o governo e os parlamentares aceitam a excepcionalidade e praticam essa aceitação, ou o modelo perecerá, com consequências profundamente danosas ao Brasil. A Organização Mundial do Comércio compreende isso bem. Falta a adesão de quem decide as coisas no Brasil.

Falta adesão ambientalista

Falta a  adesão dos setores ambientalistas, que lutam com denodo pela preservação da floresta, mas ainda não a ligaram à existência da Zona Franca”, destacou Virgílio.

No texto, o prefeito reitera que não se cansará de escrever sobre a necessidade imperiosa de se preservar a Zona Franca de Manaus, seja pelos benefícios econômicos e sociais que gera no Amazonas, na Amazônia Ocidental e em todos os Estados brasileiros, seja pelo seu peso internacional, por se tratar do mais robusto instrumento de atenuação dos efeitos do aquecimento global.

A publicação é acompanhada de um vídeo da pesquisa intitulada “Rios Viadores”, com o professor Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no qual explica o processo de formação das chuvas nas regiões Sudeste e Sul, causadas pela umidade gerada e deslocada da Amazônia em direção a essas regiões.

Amazonas: 97% de cobertura vegetal

O prefeito lembrou que, se o Sul do Pará é exemplo de devastação na Amazônia, o território amazonense representa a manutenção de 97% de sua cobertura florestal. “Explicação óbvia: na parte meridional do Pará, a opção que as pessoas encontraram para sobreviver, parte delas até prosperando, foi avançar sobre a floresta. E ainda houve incentivos externos perversos para isso, como é o caso, do fim dos anos 70 do século 20, de a Sudam ter financiado a Volkswagen no que seria um empreendimento pecuário e acabou dando num incêndio inútil, predatório, irresponsável”, salientou.

No Amazonas, os fatos se mostraram bem diferentes, exemplifica Arthur Neto, enaltecendo que o presidente Castelo Branco e o ministro Roberto Campos criaram a Zona Franca com os objetivos de criar condições para o povoamento civil das fronteiras brasileiras, desenvolver uma região subdesenvolvida e de diminuir as gritantes desigualdades regionais que, para ele, são um espelho do rico e injusto país.

“Rico, porque soube erigir áreas prósperas; injusto, porque nele reina ainda muita miséria, especialmente no Norte e no Nordeste”, avaliou.

A esses argumentos, destacou o prefeito de Manaus, juntou-se mais recentemente a variável ambiental. “Isso todo ser humano inteligente precisa compreender sem mais perda de tempo.

A ZFM sustenta a floresta

A Zona  Franca sustenta a Floresta Amazônica amazonense de pé e o interesse sobre a Amazônia é planetário, de proteger, resgatar e fazer crescer o Polo sem chaminés de Manaus, que deveria ser prioridade nacional”, defendeu.

Arthur fez um desafio e disse que, se quiserem discutir mediocremente, a relação custo do emprego versus valor dos subsídios, a Zona Franca morrerá, a população sobreviverá avançando sobre a floresta, a biodiversidade será destruída, o regime de chuvas se alterará no Brasil e em parte do mundo.

Ele explicou, ainda, que os rios, que depositam 20% das águas dos oceanos, perderão peso e riquezas, considerando que a água será a commodity mais relevante de todas.

“Enfrentaremos dificuldades diplomáticas seríssimas e graves tensões militares nos colocarão em cheque. Pensar em preservar a Amazônia e, ao mesmo tempo, torcer o nariz para a Zona Franca é mero exercício de alienação e inutilidade.

Novas matrizes econômicas devem ser incorporadas à economia amazonense? Claro que sim. Mas nenhuma delas chegaria a tempo de evitar a tragédia”, enfatizou.

Amazoninarede-Semcom

 

 

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