População é convocada a colaborar com a arborização urbana no primeiro dia do seminário no Mindu

Abertura do Seminário, no Parque do Mindu
Abertura do Seminário, no Parque do Mindu
Abertura do Seminário, no Parque do Mindu

Manaus, AM – A população de Manaus, representada por estudantes, professores, líderes comunitários e pesquisadores, presentes na abertura do I Seminário de Arborização Urbana de Manaus, realizado no Parque do Mindu, foi convocada a colaborar de forma mais efetiva com as ações de plantio e manutenção das árvores e mudas ornamentais que compõem o Programa Manaus Verde e Viva, da Prefeitura de Manaus.

O seminário, aberto nesta segunda-feira, 21, Dia Nacional da Árvore, pelo secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Itamar de Oliveira Mar, fez uma radiografia da arborização urbana de Manaus, revelando as dificuldades e os avanços registrados pelo Departamento de Arborização e Paisagismo da Semmas.

De acordo com a diretora de Arborização e Paisagismo da Semmas, Rosemary Bianco, o Programa Manaus Verde e Viva, instituído em 2013, é composto por uma série de projetos que visam atender a demanda de arborização da cidade. “Produzimos mudas de espécies florestais, frutíferas e ornamentais, e atendemos, nesses quase três anos, 822 instituições que solicitam mudas para plantio e doação. No total, foram doadas 217 mil mudas e plantadas 94.336 nesse período, entre árvores e mudas ornamentais”, explicou. Segundo ela, as zonas Centro-Sul, Leste, Centro-Oeste foram as que mais receberam plantio de mudas em canteiros centrais e logradouros públicos.

“No entanto, alguns locais, como o Jorge Teixeira, onde atuamos em parceria com o Prourbis, o Conjunto Viver Melhor e a Avenida Manaus 2000, são exemplos das perdas causadas pelo vandalismo”, afirma.

O índice de vandalização das mudas plantadas nas ruas é muito alto, principalmente nas zonas Norte e Leste, exatamente as que mais sofreram desmatamento nos últimos 20 anos. Outros problemas enfrentados são os serviços de construção civil inadequados, onde se encontra asfalto nos locais de plantio de mudas e deixamos de plantar.

Envolvimento tímido

Para Rosemary Bianco, o envolvimento da comunidade com as ações de plantio ainda é tímido. “Em alguns locais, a comunidade se interessa, protege a planta, molha, colocam cerquinhas de proteção, mas na grande maioria dos casos as pessoas ainda não perceberam a necessidade da sua participação como cidadãos para que a arborização vingue e o trabalho cresça”, observou.

A população foi convocada pela Semas a participar da arborização urbana
A população foi convocada pela Semas a participar da arborização urbana

Segundo a diretora, há um desconhecimento acerca das recomendações para plantio, o que leva muitas vezes as pessoas a plantarem em vias públicas espécies frutíferas como mangueiras, inadequadas para canteiros centrais e passeios públicos.

Outro gargalo é a ausência de variedade de espécies arbóreas nativas adequadas para plantio em via pública. “Um dos nossos maiores desafios são as poucas espécies existentes, nativas, para serem plantadas na cidade.

Nossos canteiros centrais tem um metro de largura e a espécie que mais de adapta a esse tipo de canteiro é o pau pretinho, temos vontade de proporcionar sombra, mas temos dificuldade em variar as espécies por desconhecimento para diversificar mais, por isso solicitamos o apoio dos pesquisadores”, afirmou.

Participaram como palestrantes os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Niro Higuchi, que abordou o tema Arborização da Cidade de Manaus e a Carboneutralização, Claudete Catanhede (Métodos não destrutivos para avaliação da sanidade das árvores urbanas), e Carlos Alberto Cid Ferreira (Espécies amazônicas com potencial para serem utilizadas em urbanização, baseado em suas características morfológicas).

Entre as sugestões apresentadas pelo pesquisador Cid Ferreira, estão o uso de espécies de campinas para embelezamento das vias e árvores de porte maior como a andiroba.

Minicursos

O seminário prossegue nesta terça e quarta-feira, com a realização de minicursos sobre manejo e planejamento da arborização, respectivamente. Na quinta-feira, 24, acontece uma atividade prática de planejamento com os participantes em um determinado ponto da cidade. Na sexta-feira, 25, haverá uma ação de plantio e distribuição de mudas na rotatória situada na avenida Curaçao com rua 7 de Maio, no bairro Santa Etelvina.

Serão plantadas 140 mudas florestais, todas com mais de 1,80m na rotatória e haverá distribuição de 500 mudas frutíferas e ornamentais para a população local. Durante o seminário foi inaugurada também a mostra itinerante “Dez motivos para arborizar nossa cidade”, onde são mostrados os benefícios da arborização urbana.

Amazonianarede

 

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