Plano diretor e a verticalização

Osny Araújo*

Até o momento o projeto para o novo Plano Diretor da cidade de Manaus, caminha com muita polêmica na Câmara Municipal. Os vereadores já fizeram amplas discussões sobre o assunto, mas ainda não chegaram a um denominador comum, principalmente em relação a altura dos prédios.

O Plano Diretor de uma cidade é uma lei municipal que determina regras e diretrizes para a sua ocupação, identificando claramente as características físicas, atividades predominantes, problemas, potencialidades e as naturais vocações na cidade. Ou seja, é um conjunto de medidas para o real ordenamento das cidades, por isso, deve passar por uma ampla discussão com a sociedade, por isso, é também um instrumento técnico e político, para orientar o comportamento das cidades por ent4es públicos e privados.

O eixo principal dos desentendimentos nas discussões do novo Plano Diretor de Manaus é exatamente a altura dos prédios, defendida pelo prefeito Arthur Neto em vint3e e cinco andares, com o que concordo plenamente, após ouvir arquitetos, paisagistas e outros especialistas no assunto, considerando a importância da verticalização nas grandes metrópoles e Manaus está dentro desse contexto.

Entendo, que as cidades no mundo estão expandindo em função do crescimento da população e com isso, para se construir moradias, as cidades aumentam os seus espaços e com isso, degradam e muito o meio ambiente, construções surgem em áreas de risco, o fluxo de transito aumenta e assim por diante.

Conversando com um renomado engenheiro, que já construiu vários prédios, para a construção de duzentas casas médias, seria necessário uma área de aproximadamente 60.000 m² metros , sem contar com arruamentos, área verde e prédios institucionais como casas de saúde, polícia, escola, creches etc, o que certamente ampliaria bem esse espaço. Essas mesmas famílias poderiam ser abrigadas em 4 prédios de 25 andares, com 20 funcionais, o que daria 4 apartamento por andares, numa área de apenas 600 m² . e abrigaria 240 famílias.

O fato, é que dessa forma, os coletivos teriam suas viagens aceleradas oferecendo mais conforto para os usuários e muitos carros ficariam nas garagens, uma vez que com políticas públicas próximo as a esse aglomerado de famílias, muitos circulariam a pé e com isso melhoraria o fluxo de transito numa cidade como a nossa que não tem uma boa engenharia de transito e um péssimo sistema de mobilidade urbana.

Como se viu na comparação de espaços no parágrafo acima, esse crescimento vertical, ao contrário do que pensa um vereador do PT que defende prédios no máximo com a altura de seis andares, diminuiríamos o desmatamento, teríamos uma coleta de lixo mais eficiente, as pessoas passariam menos tempo se estressando no trânsito, melhoria a segurança e todos certamente passariam a ter uma vida com mais qualidade e a cidade ficaria menos poluída, porque menos carros e em menor tempo estariam circulando. Para isso é necessário que a cidade se verticalize, de forma bem ordenado, com a determinação de espaços onde os prédios possam ser construídos com segurança, levando em consideração vários aspectos, como por exemplo o lençol freático, uma vez que hoje existe tecnologia suficiente para resolver esses problemas.

Os nobres vereadores precisam e devem entender, que o Plano Diretor que ainda está em vigor é antigo e a cidade precisa se preparar para caminhar nos próximo 30 ou mais anos e essa caminhada, não poderá ser na contramão do progresso e do desenvolvimento, por isso, precisamos de um Plano Diretor, que garanta essas conquistas, sem esquecer dos cuidados que todos devemos ter com o meio ambiente.

(Postagem simultânea nos sites:Noticianahora – Tadeudesouza-Amazonianarede e blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalista e analista político.

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