Persistência no esporte leva paratleta a ser destaque nacional

29-10atletaManaus – O paratleta do Centro de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA), Brendow Christian, 19 anos, é mais um caso em que a persistência deu resultados.

Na primeira etapa do Circuito Loterias Caixas do Brasil Paralímpico de Atletismo, Natação e Halterofilismo, Brendow alcançou a marca de 38 metros e 33 centímetros, no lançamento de dardo e, com o feito, conquistou a segunda colocação.

Sobre a posição, o atleta revela que o resultado poderia ter sido melhor, mas um acidente de percurso o prejudicou um pouco. “Fiquei um pouco frustrado com o meu resultado, sei que poderia ter tido melhor desempenho, mas o frio na barriga por estar pela primeira vez em uma competição nacional me atrapalhou um pouco”, explicou.

Neste final de semana, Brendow terá pela frente à 2ª etapa do Circuito Loterias Caixas Brasil Paralímpico de Atletismo, Natação e Halterofilismo. Competidor do lançamento de dardo na categoria F12 (baixa visão), o paratleta é o atual segundo colocado no ranking brasileiro e espera se manter entre os primeiros mais uma vez. Ele embarca com passagens aéreas cedidas pela Secretaria de Estado da Juventude e Lazer (Sejel).

“Treinei bastante para melhorar minha atual marca, espero competir bem e trazer uma medalha para o Amazonas”, disse Cristhian ao informar ainda que as disputas de atletismo serão no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo.

Com pouca experiência em competições nacionais, Brendow vê nesta competição uma grande chance de disputar o Parapan-americano em 2015, no Canadá. “Para esse ano espero passar os 40 metros, mas um dos meus maiores sonhos é ser poder representar o Brasil em uma competição internacional”, contou.

Sobre poder disputar uma edição dos jogos olímpicos, o jovem conta que todo atleta sonha em disputar uma olímpiada, mas mantém os pés e no chão, e prefere dar um passo de cada vez.

“Primeiro devo ter um bom resultado aqui no Brasil, sou o atleta mais novo da categoria, e me saindo bem nas competições, espero receber uma chance na seleção”, finalizou.

Trajetória

Quando criança, Brendow praticou várias modalidades e mesmo tendo uma doença genética que afetou sua visão, o deixando apenas enxergando “vultos”. “Comecei jogando futebol, no início me saí até bem, jogava como volante, na equipe do Fast, mas era muito difícil porque não conseguia enxergar direito, com isso dava muitos passes errados”, contou sorrindo ao lembrar o episódio.

Apesar das dificuldades de adaptação nos esportes em decorrência de sua deficiência, Brendow não desistiu e continuou na procura de uma modalidade onde pudesse se encaixar. Na busca, o paratleta treinou boxe e kickboxing, mas foi muito difícil, pois segundo ele, “só enxergava sombras”. Além disso, teve uma breve passagem pela natação até que por insistência de um antigo técnico, migrou para o atletismo, onde finalmente se encontrou.

A adaptação foi rápida. E em pouco menos de dois meses de preparação, o paratleta conquistou duas medalhas de ouro no lançamento de dardo e de peso, e uma de prata no salto em distância, nas paraolimpíadas escolares.

Desde então, o foco do paratleta tem sido somente no atletismo, esporte onde realmente se encontrou e deseja seguir carreira.

“Tudo o que Deus faz é perfeito. Às vezes a gente deseja ir por um caminho e Deus aponta outro. Só devemos confiar, pois ele sabe o melhor”, falou.

Futuro promissor

Vendo o ótimo desempenho do Brendow, no lançamento de dardo, sua técnica Margareth Baía conta o que jovem ainda é uma joia a ser lapidada, e espera em pouco tempo poder ver o paratleta vestindo a camisa da seleção brasileira.

“O Brendow, tem um bom caminho pela frente, e com menos de apenas um ano no esporte já uma grande revelação”, afirmou.

Fonte: Agecom

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