Pavilhão Amazônico da VII FIAM teve produtos de qualidade e ampla programação cultural

(Reportagem: Diego Queiroz/Foto: Hudson Fonseca)

O espaço foi organizado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).

Teve ainda apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), Secretaria Municipal de Turismo (ManausCult), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-AM), Fazenda Esperança, Educandário Gustavo Capanema, Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), Abrigo Moacyr Alves, Casa Mamãe Margarida e Lar das Marias.

Rica programação

O visitante do Pavilhão Amazônia teve um amplo leque de produtos amazônicos para conhecer e comprar, tais como peças artesanais oriundas de diversas localidades e Estados da Amazônia (incluindo artesanato indígena), itens de perfumaria, cosméticos e alimentos preparados com frutas regionais, entre outros. Além disso, poderá visitar a exposição de fotografias, assistir a apresentações artísticas, comer pratos típicos da região e conhecer, no Espaço da Cidadania, programas e ações sociais realizadas por órgãos governamentais e instituições filantrópicas.

Retorno para empreendedores

O destaque do pavilhão foi comercialização, com visitação intensa nos estandes ocupados por produtores, micro e pequenos empresários e artesãos regionais.

Uma das empreendedoras que se disseram satisfeitas com a presença no Pavilhão Amazônia foi a empresária amazonense Ana Cláudia Amed, proprietária da “Cozinha e Arte”. “É minha primeira participação na FIAM. Sinto que dei um passo à frente como empreendedora”, afirmou.

No estande da empresa, estiveram expostos molhos de pimenta concentrados (malagueta, murupi e mistas), molhos para saladas, geleias e azeites. A maior procura, no entanto, foi pelos molhos de pimenta, vendidos a preços que variam entre R$ 6 (porção individual) e R$ 18 (kit com quatro tipos de concentrados). “Os nossos produtos têm fabricação própria, a partir de ingredientes colhidos localmente com base no sistema de produção orgânico e natural”, destacou Ana Claúdia, fazendo questão ainda de associar o crescimento do seu empreendimento ao apoio prestado pelo Sebrae-AM e pela ADS.

Novidades no mercado

Um dos produtos que fizeram grande sucesso até o momento no Pavilhão Amazônia foi a farinha de pupunha, comercializada por R$ 15 (embalagem de 500 gramas) no estande da empresa Néctar Frutos da Amazônia. O gerente comercial da empresa, David Silva, diz que o produto foi lançado no mercado há apenas quatro meses e é resultado de uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Estamos incubados no Inpa, que efetuou o processo de transferência de tecnologia. Até o momento a aceitação do mercado tem sido bastante positiva”, afirma Silva.

Aberta em 2010 e atualmente contando com oito funcionários, a Néctar está participando ativamente da VII FIAM. Além de expor seus produtos no Pavilhão Amazônia, a empresa também atuou na Rodada de Negócios e no Espaço de Inovação, com resultados animadores, sobretudo visando ao mercado externo. “Na Rodada de Negócios, fizemos contatos com empresários do Equador e da Espanha, que se mostraram bastante interessados. Num futuro próximo queremos exportar”, destaca.

Com rico valor nutricional e versatilidade para preparo de receitas, não é difícil imaginar que a farinha de pupunha possa trilhar caminho próspero no mercado internacional. A aceitação na região é um bom indicativo. “Já temos contrato com a Prefeitura de Manaus para fornecer 30 toneladas para o programa da merenda escolar e também temos recebido encomendas da rede hoteleira. Apostamos muito nesse produto”, complementou Silva.

Criatividade

Houve também exemplos no Pavilhão Amazônia de produtores e artesãos que se valem da criatividade para produzir itens de qualidade e tirar a sua renda mensal. Exemplo é o trabalho do artesão Denizal Melo, natural de Parintins (AM). No estande organizado pela Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab), ele expõe obras que, em suas palavras, representam a “transformação de lixo eletrônico em arte”.

Motocicletas, relógios, carros de corrida e até mesmo um conjunto musical ilustrando uma roda de samba, todos montados a partir de componentes eletroeletrônicos e periféricos de informática como mouses, roteadores e discos rígidos, entre outros, mostram como o artesão regional consegue inovar e se destacar. “Sou pioneiro no Amazonas. Comecei há um ano e quatro meses e tenho tido bastante reconhecimento, mas as dificuldades ainda são muitas e precisamos de incentivos e auxílio”, diz Melo, fazendo questão de apontar o apoio prestado pela Setrab e a oportunidade de participar de feiras como a FIAM são importantes para a divulgação de seu trabalho.

As obras de Melo chamaram atenção por sua criatividade e beleza e estão disponíveis a preços que variam de R$ 20 a R$ 400.

Lutheria

A biodiversidade da Amazônia, a mais rica do planeta, tem aproveitamento potencial para diversos fins, incluindo a fabricação de instrumentos musicais. Isso é ilustrado no trabalho da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela), cujo estande expõe a criação de luthiers amazonenses que fabricam instrumentos de corda (violão, banjo, bandolim e cavaquinho) a partir de madeiras regionais certificadas, como a marupá e a breu-branco. A fábrica de instrumentos está localizada na Avenida do Turismo, zona Oeste de Manaus, e os instrumentos estão sendo comercializados na VII FIAM a preços a partir de R$ 1.200.

Exposição fotográfica

Uma das novidades do Pavilhão Amazônico neste ano foi o Espaço Fotografia, que está expondo o trabalho de dois grupos de fotografia – o nacional Fotoclube Fotossíntese e o amazonense A Escrita da Luz (AEL) – com retratos que focam no cotidiano, sobretudo, imagens com motivos regionais. De acordo com a fotógrafa Elem Fragoso, aproximadamente 50 quadros estiveram expostos e há ainda a apresentação em retroprojetor de um acervo digital de 200 fotografias disponibilizadas pelos mais de 820 fotógrafos integrantes dos dois grupos. As obras estão disponíveis para comercialização no espaço, com preços que variaram de R$ 300 até R$ 2.500.

Lançamento de livros

A sessão de autógrafos com a professora doutora amazonense Marilene Corrêa, relativa à obra “Metamorfose da Amazônia”, marcou a quinta-feira o início da programação de lançamentos de livros de autores regionais dentro do Espaço de Cultura e da Gastronomia no Pavilhão Amazônico. Outros três livros estão previstos para serem lançados no espaço até o dia 30, em parceria com a Livraria Valer.

Segundo Marilene Corrêa, que possui mais de dez obras publicadas – sendo seis em parceria com a Editora Valer –, o livro “Metamorfose da Amazônia” é inspirado em uma tese de doutorado do curso de Ciências Sociais da Universidade de Campinas (UniCamp). “A idéia de lançar o livro durante a FIAM se deu porque a discussão sobre a Zona Franca de Manaus é um dos eixos fundamentais desta obra, abordando aspectos como a produção da indústria offshore na selva e o modelo de desenvolvimento regional contextualizado na globalização da Amazônia no século XX”, afirmou Marilene.

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