No adeus, Marcos faz um e não leva gol no 2 a 2 com Brasil de 2002

Adeus de "São Marcos'

Adeus de "São Marcos'

Amazonianarede – Gazeta Esportiva. Net

São Paulo – O torcedor do Palmeiras que se acostumou a ver Marcos fazer defesas ao longo de seus 20 anos como atleta do clube abriu ainda mais sorrisos nesta terça-feira. Em seu jogo de despedida, no Pacaembu, o ex-goleiro fez seu trabalho eficiente debaixo das traves e não só evitou gols como balançou as redes. A festa foi completa para os 36.517 pagantes no duelo entre o Verdão de 1999 sobre a Seleção Brasileira de 2002, que terminou empatado por 2 a 2, quando o Santo palmeirense já havia se tornado centroavante e Sérgio assumido a meta alviverde.

O ponto alto do amistoso ocorreu aos 22 minutos do primeiro tempo. Quatro minutos antes, Edmundo sofreu pênalti de Belletti e o estádio inteiro, incluindo quem estava em campo, gritou para o dono do festejo cobrar. Depois de muita insistência, o ídolo palmeirense foi empurrado até a marca e bateu com força, no meio do gol, enquanto o amigo Dida caía para o lado direito.

Um peso saía das costas do astro da noite. Marcos ergueu o braço direito correndo em direção aos fãs que estavam no alambrado enquanto os torcedores se emocionavam, trocando abraços. Após passar a euforia, o ex-goleiro ainda fez questão de abraçar Dida, pedindo desculpas pelo seu ato. O tímido arqueiro que defendeu a Portuguesa neste ano abriu um sorriso, completamente compreensivo.

E a participação de Marcos em sua partida não se limitou ao inédito gol de pênalti no tempo normal. O que foi comum em toda a sua carreira ocorreu. Rivaldo tentou encobri-lo por quatro vezes, fazendo a torcida se levantar com as defesas que obrigou o ex-goleiro fazer. O mesmo ocorreu em dois chutes de Ronaldo, um deles cara a cara, e outro forte de Edilson. O fã de Marcos viu tudo o que queria.

E outros astros estavam em campo. Um deles, por exemplo, era Edmundo. Enquanto a Seleção de 2002 ficava mais com a bola e trocava passes, mas sem sucesso para superar Pedrinho, Cléber, Galeano, César Sampaio e Amaral, escolhidos por César Maluco para compor o setor defensivo do Verdão de 1999, o Animal se esforçava, jogando sério.

O ex-atacante chegou a buscar a bola na defesa, ordenando a Pedrinho, meio campista do Palmeiras no fim do século passado, que deixasse a lateral direita para melhorar a saída de bola e criar jogadas de perigo. A vontade de Edmundo o fez até cometer falta dura em Edílson, que fez os palmeirenses vibrarem tanto quanto suas fintas.
O Verdão jogava nos contra-ataques, apostando principalmente em Edmundo e em Alex – que chegou a dar um drible da vaca humilhante em Edmilson, mas raramente participou do jogo além de passes de lado. Em um deles, aos 41 minutos do primeiro tempo, Pedrinho recebeu livre na direita e tocou para Evair, que girou e soltou para Edmundo ir driblando até a a linha de fundo e rolar para Paulo Nunes escorar com o pé direito nas redes.

Já a Seleção sofreu com Marcos. O brilho foi individual, como toque de calcanhar no alto de Roberto Carlos e Denilson, que entrou dominando uma bola pedindo aplausos e ainda a tocou virando o rosto para o outro lado, recebendo imediatamente uma bronca bem-humorada do técnico Luiz Felipe Scolari. Um destaque também foi a entrada de Wellington, filho de Cafu – o lateral direito chegou a aparecer na ponta esquerda para tabelar com o herdeiro.

No segundo tempo, César Maluco mudou quase o time inteiro do Palmeiras de 1999. Obviamente, porém, manteve Marcos, que logo nos primeiros minutos fez outra defesa difícil em arremate de Rivaldo, indo buscar em seu canto direito rasteiro. Já a Seleção Brasileira passou a fazer como no futsal, recolocando jogadores que tinham saído, como Edílson. Só Ronaldo não voltou após o primeiro tempo.

As constantes mudanças dos times provocaram lacunas no meio-campo e deram espaço para a Seleção de 2002 aproveitar o péssimo condicionamento físico da nova zaga composta por Agnaldo Liz e Rivarola. O primeiro lance de perigo saiu aos 11 minutos, quando Júnior cometeu falta na entrada da área e Rivaldo cobrou por baixo. Seguro, Marcos pulou na bola e não deu qualquer rebote.

A jogada seria a última do ex-goleiro debaixo da meta alviverde. Logo após ter feito a defesa, a arbitragem subiu a placa de substituição e o ídolo palestrino deu lugar ao seu velho amigo Sérgio. Abraçado por todos os atletas, Marcos foi aplaudido de pé pela torcida e forçou uma mudança no uniforme utilizado pelo Palmeiras de 1999.

Todos os jogadores tiraram suas camisas e passaram a usar a verde-limão lançada em homenagem ao ex-arqueiro.
A troca de uniforme incentivou os pedidos das arquibancadas para Marcos retornar ao campo. Receptivo com a torcida, o ex-goleiro ignorou a invasão de um torcedor na beirada do gramado e substituiu Evair no ataque. A sua transformação em jogador de linha veio acompanhada de uma luz direcionada acima de sua cabeça. O holofote acompanhou todos os passos do Santo e embalou os intermináveis cantos dos alviverdes.

A festa das arquibancadas, porém, cessou após os dois gols que decretaram o empate da Seleção de 2002. O ex-corintiano Edílson estava determinado em acabar com a alegria dos palmeirenses e, aos 16 minutos, cabeceou sem chances de defesa para o goleiro Sérgio. Já aos 24, o Capetinha chutou para boa defesa do arqueiro.

Contudo, o rebote terminou nos pés de Luizão, que não teve problemas para igualar o amistoso.
Enquanto tentava driblar as dores no joelho para anotar mais um gol, Marcos presenciou um verdadeiro culto ao ídolo Ademir da Guia. A torcida do Palmeiras se levantou e entoou o nome do Divino após a sua entrada em campo. A festa finalmente teve fim quando os relógios apontaram meia noite em ponto. Assim que a quarta feira, 12 de dezembro de 2012, teve início, as luzes do Pacaembu se apagaram e uma nova homegagem foi organizada para o Santo dar o seu adeus definitivo ao torcedor palmeirense.

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