Mais de 200 mil pessoas agora contam com abastecimento de água na Z.Norte

Mais de 200 mil pessoas agora contam com abastecimento de água na Z.Norte

 

Manaus, AM – O inspetor de máquinas Azauri dos Santos  Pará, 63, morador do loteamento Rio Piorini, no bairro Colônia Terra Nova, zona Norte, agora vibra ao ver a água chegar com regularidade nas torneiras de sua casa. Ele é um dos 200 mil moradores de seis bairros da zona Norte que agora podem contar com o serviço eficaz após um sofrimento de mais de 20 anos.

Para que a solução chegasse até a área, a empresa concessionária do serviço, sob a supervisão da Prefeitura de Manaus, construiu um elevatório com potência de 600KV, no Mundo Novo, e duplicou a antiga adutora de 1,6 mil metros de extensão, que “abastecia” os sete bairros. Com estrutura renovada, a adutora aumentou seu bombeamento de 300 para 800 litros de água por segundo.

A nova estrutura foi entregue na última semana pelo prefeito Arthur Virgílio Neto. Os investimentos na regularização do sistema de abastecimento levaram mais água para os bairros Colônia Santo Antônio, Novo Israel, Monte das Oliveira, Colônia Terra Nova 1,2 e 3,  Nova Cidade e Santa Etelvina e somam mais de R$ 8 milhões.

O coordenador da Unidade Gestora de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário (UGPM Água), Sérgio Elias, conta que do elevatório do Mundo Novo foram retiradas bombas de 75 HP e colocadas bombas de 600 HP. “Estamos bombeando quase três vezes mais água do que antes e isso vai acabar, definitivamente, com o problema de falta d’água naquelas localidades”, garantiu.

Morando há aproximadamente 20 anos no loteamento Piorini, onde há pouco tempo moradores se rebelaram e fizeram protesto nas ruas por falta de água, Azauri lembra os tempos difíceis por conta da precariedade no sistema de abastecimento. Muitas vezes ele transportava dois camburões, em seu carro, para pegar água no poço artesiano.

“Na minha torneira só chegava um pouquinho, à noite, e não era suficiente para o dia a dia. Há anos eu abria o meu chuveiro e só ouvia o barulho do vento nos canos. Agora não, a água está chegando de verdade”, afirmou Azauri, que comemora, principalmente, o fato de não mais precisar ficar acordado esperando para captar um pouco de água para os afazeres do dia seguinte.

A aposentada Iraci Veiga da Cruz, 86, veio do interior, onde havia abundância de água, e foi morar no Nova Cidade e teve que aprender a conviver com a escassez, no fornecimento. “Era muito difícil. Meu filho tinha que acordar de madrugada para pegar água lá no cano da frente, encher o balde e trazer para o reservatório. Isso quase todos os dias”, disse ela. “Às vezes meus filhos vinham aqui para casa e passávamos o maior sufoco. Não tinha água para fazer quase nada. Agora, graças a Deus melhorou, consigo fazer minhas coisas com tranquilidade, e espero que melhore cada vez mais”, afirmou.

A diarista Maria Paula Campos, 35, trabalha em dias alternados em uma residência no Nova Cidade e conta da dificuldade que era cumprir suas obrigações, entre elas lavar roupa, faxinar e lavar louça.

“Mal conseguíamos encher meio tanque de um dos reservatórios. O pouco que pegávamos, tínhamos que dividir para o banho e lavagem de roupa. A vida era muito difícil”, relembrou. Paula conta, toda feliz, que nas últimas semanas o fornecimento regularizou e ela consegue fazer todos os serviços. “Sem água não somos nada. A gente tem que limpar, porque limpeza é saúde. Graças a Deus que melhorou”, disse.

Avanços e investimentos

Nos últimos quatros anos, o abastecimento de água para os moradores da cidade avançou mais que nos dez anos anteriores. O problema, que atingia, principalmente, a população das zonas Leste e Norte, começou a ser resolvido em 2013, com a efetivação de um consórcio público entre a Prefeitura de Manaus e o Governo do Estado do Amazonas para a interligação do Programa de Águas para Manaus (Proama) ao sistema de abastecimento. Só neste ano, 320 mil pessoas foram beneficiadas. Em 2014, esse número aumentou para 518 mil pessoas.

De acordo com a UGPM-Água, no ano passado foram realizadas obras de melhorias, extensões e substituições de rede de água e implantação de adutora, totalizando 16 mil metros de novas redes de água assentados. Sérgio Elias informou que, ainda este ano, moradores do Tarumã, na zona Oeste, também serão abastecidos com água potável. “Ainda não como sistema principal, mas com sistema isolado com poços artesianos e reservatórios que devem beneficiar o Parque Riachuelo 1 e 2, Parque Solimões e Portal da Cachoeira”, revelou.

Para 2017 há a previsão de investimento de R$ 52.850.000,00 no abastecimento de água e R$ 67.200.000,00 voltados ao esgotamento sanitário.

 Esgotamento Sanitário

Com o abastecimento de água praticamente resolvido, a meta da Prefeitura de Manaus agora é avançar no esgotamento sanitário para dar cumprimento ao Termo Aditivo 5, que implantou a tarifa social e antecipou, em 15 anos, os prazos para que Manaus atinja 80% de tratamento de esgoto.

“Isso deve acontecer até 2030, com investimentos da ordem de R$ 4 bilhões”, afirmou Elias. “Esse agora é o nosso maior desafio, dotar Manaus de rede de esgoto. Uma cidade com esgoto sendo tratado é uma cidade que tem saúde. Essa é a nossa meta”, afirmou o coordenador.

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