
Manaus – Dinheiro estava junto com um pacote de biscoito e salgadinhos dentro de uma caixa de remédios, em uma sacola preta. Assim que os policiais do CPE começaram a revistar a encomenda, o homem fugiu.
Policiais do Corpo da Guarda do Comando de Policiamento da Especializado (CPE), no conjunto D. Pedro I, Zona Centro-Oeste, apreenderam uma encomenda R$ 6,1 mil que seria entregue ao ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, que se encontra preso naquela unidade policial, há mais de dois anos. “Me causou espanto quando fui informado da ocorrência e determinei que o oficial do dia encaminhasse o caso para o 10º Distrito Integrado de Polícia para que seja tomada a medida cabível”, disse o comandante do CPE, coronel Cleitiman.
De acordo com o comandante, a entrega da encomenda aconteceu por volta das 16h por um homem moreno de estatura baixa. O mesmo chegou a pé e disse aos policiais que se tratava de alimentos que deveriam ser entregue ao ex-prefeito. No momento que os policiais passaram a examinar o conteúdo da encomenda, o desconhecido fugiu correndo.
Além dos alimentos, os policiais encontraram uma caixa de remédio, cujo conteúdo era o dinheiro. Por determinação do comandante, foi feito um comunicado administrativo ao Centro de Operações de Segurança (Ciops) para o conhecimento do Comandante geral da Polícia Militar e depois todo material junto com a guarda foi encaminhado ao 10º DIP.
O comandante do CPE disse que, atualmente, sete policiais militares cumprem pena no CPE e que Adail é o único civil e o que mais recebe visitas. “Por isso temos cuidados redobrados. Toda hora chegam advogados, familiares e políticos e isso nos deixa preocupados, isso porque aquilo é um quartel e não uma cadeia”, disse.
De acordo com Cleitiman, desde que assumiu o comando da unidade ele, tem a preocupação de aplicar a lei de Execuções Penais (LEP) para evitar problemas. Para ele, a presença do ex-prefeito tem sido motivo de preocupações porque além das visitas, ele atrai a imprensa.
O comandante disse que hoje vai encaminhar à Justiça informações sobre o que ocorreu ontem. Cleitiman disse que já havia pedido aos magistrados que estão com o processo do ex-prefeito para que tire ele de lá, já que o mesmo não tem mais direito a prisão especial.
“Não consigo imaginar para que seria esse dinheiro, já que preso não pode ter valores em seu poder”, disse o comandante.

Acomodações investigadas
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) instaurou inquérito civil para investigar, entre outros assuntos, um suposto patrocínio à construção de salas e banheiros em alojamentos do local, onde estão acomodados presos como o ex-prefeito Adail Pinheiro e o capitão da PM Allan Rego da Mata.
Na investigação, será verificada a relação entre a Escola de Equitação e o Comando-Geral da PMAM. O MP-AM requisitou ao comandante-geral da PM, coronel Gilberto Gouvêa, cópias dos autos constitutivos ou outros documentos da Escola de Quitação e Comando Geral da Polícia Militar.
Amazonianarede-Acritica