Graça Foster fala aos senadores após devassa da PF na Petrobras

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Brasília – A presidente da Petrobras, Graça Foster confirmou, nesta sexta-feira, seu comparecimento na próxima terça, às 10 h, no Senado Federal para tentar esclarecer as denúncias que pesam sobre a estatal do petróleo, na compra da Refinaria de Pasadena (EUA). Graça Foster comparecerá à audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. O presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), cuidou da organização da audiência, uma vez que Graça Foster, segundo ele, teria manifestado desejo de conversar com os senadores.

– Tomei a iniciativa de organizar a audiência depois de falar com a presidente da Petrobras, que manifestou a vontade de conversar com aos senadores – informou o senador.

A audiência vai ocorrer exatamente no dia em que o plenário do Senado deverá decidir se será criada uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mais ampla para investigar, além das denúncias envolvendo a Petrobras, denúncias sobre os metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e relativas ao Porto de Suape (PE).

Também na terça-feira, deverão ser lidos, em sessão do Congresso Nacional, os dois pedidos de comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) destinadas a investigar os mesmos fatos constantes das CPIs do Senado: Petrobras, metrôs e Porto de Suape.

Em função das articulações da oposição para a criação de CPI para investigar a Petrobras, chegaram a ser canceladas audiências previstas com Graça Foster.

Devassa

No início da tarde de sexta (11), a Polícia Federal (PF) iniciou uma devassa na petroleira estatal para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos na sede da Petrobras, no Centro do Rio, na fase II da Operação Lava-Jato. A ação policial tem como objetivo reunir novas provas contra Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, que seria sócio do doleiro Alberto Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé, no Norte Fluminense.

No total, foram cumpridos nesta sexta-feira 23 mandados expedidos pela Justiça Federal: dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macaé (RJ) e Niterói (RJ). Entre os quatro conduzidos a depor está, de acordo com as investigações, um pessoa que atuaria como laranja do doleiro e do ex-diretor da Petrobras no comando da Ecoglobal. A PF não revelou, ainda, o nome do suspeito para não prejudicar as investigações em andamento.

A Ecoglobal fechou dois contratos com a Petrobrás, no total de R$ 14,3 milhões, nos anos de 2010 e 2011. Os dois foram firmados sem licitação, na modalidade de carta convite ou convite. O primeiro, no valor de R$ 9,524 milhões, com vigência entre abril de 2009 e agosto de 2011, foi para serviços de recuperação de efluentes. O segundo, assinado em janeiro de 2010 com validade até fevereiro de 2011, foi de R$ 4,795 milhões.

Os documentos apreendidos pela PF devem ajudar ainda na investigação de outros negócios de Youssef, ligados à Labogen, empresa que chegou a fechar contrato com o Ministério da Saúde. Segundo a PF, o objetivo é buscar documentos que auxiliem os trabalhos da investigação.

“O material contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento”, diz nota da PF.

A investigação do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolve quatro doleiros, que teriam movimentado de forma atípica aproximadamente R$ 10 bilhões nos últimos anos, conforme cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma das bases da chamada da investigação.

A operação começou a ser deflagrada no dia 16 de março, quando a PF cumpriu mandados em Curitiba e outras 16 cidades do Paraná, além de outros Estados. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa está preso, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Calcula-se que o esquema de lavagem de dinheiro tenha movimentado mais de R$ 10 bilhões.

Em nota, a PF informou nesta sexta-feira que estes mandados buscam documentos capazes de colaborar com a investigação, que apura um esquema de lavagem de dinheiro. “O material arrecadado (nesta sexta-feira) contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento”, diz a PF. Em Macaé, o alvo é uma empresa suspeita de ter assinado contratos milionários e sem licitação com a Petrobras nos últimos anos, a Ecoglobal Ambiental.

Por: Correio do Brasil

 

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