Manaus, AM – Um local que poderia ser um dos principais pontos turísticos de Manaus, criado para a pratica do lazer, está quase abandonado e na escuridão, gerando muitas s reclamações dos manauaras, trata-se do Parque dos Bilhares.
Pedalar ou caminhar no Parque dos Bilhares, na Zona Centro-Sul de Manaus, não tem sido simples nem para os atletas mais experientes. Isto porque trechos diferentes da área de lazer estão sem iluminação. Por conta disso, constantes assaltos também têm sido registrados no local.
Em um rápido passeio pelo local é possivel comprovar as denúncias. Parte da pista de caminhada e dos ciclistas, assim como a área reservada aos patinadores estão sem luz. O local fica perto de uma área de mata, o que aumenta a sensação de insegurança, segundo a universitária Isabel Pereira, de 34 anos.
“Trago minhas filhas aqui para patinar sempre que meu marido pode vir junto. Antes o parque era mais iluminado e tinha mais seguranças, até mesmo durante a semana. Agora tem muitas partes no escuro, inclusive a pista de patins que fica perto das árvores. Não me sinto segura e agora só trago as meninas quando meu marido pode vir”, disse.
Além da falta de lâmpadas em alguns postes, muitos ainda estão sem luz por falta de manutenção. Lâmpadas queimaram e não foram trocadas. O escuro tem aumentado o número de crimes na localidade segundo Cláudia Leite, fundadora e coordenadora do grupo de pedalada “Divas que pedalam”.
“O lado da [Avenida] Djalma está no escuro. Temos percebido muitos assaltos. Uma colega nossa que foi passar pela ponte foi assaltada. Cada vez mais estamos nos sentido inseguros por conta destas situações. Lá tem guarda municipal e, como são poucos, eles se dividem só no lado das quadras, porque o outro está abandonado”, Cláudia.
Há dois anos o parque é ponto de encontro do grupo ciclístico “Divas que pedalam”. As “divas” se reúnem no local todas as segundas-feiras, a partir das 20h.
“É um local bacana, para as famílias fazerem uma caminhada, levar as crianças para brincar nas quadras, mas têm se tornado um lugar difícil. Eu mesma evito chegar antes da hora marcada com o grupo. Você tem uma bicicleta que custa R$ 6 mil, não é muito seguro chegar cedo”, disse Leite.
no parque
Em março deste ano, uma integrante do grupo foi assaltada na ponte de acesso ao parque. Era por volta das 19h quando a funcionária pública Caroline Marques Bastos, de 38 anos, caminhava até o parque para encontrar o grupo.
“Dois homens armados com uma ‘peixeira’ enorme. Um deles me segurou pela roupa na altura da nuca e eu ingenuamente me virei para trás pensando ser uma brincadeira de algum conhecido. Foi quando o homem ficou enfurecido e colocou o facão na minha frente, ameaçando me furar. Larguei o celular imediatamente e ainda pedi desculpas”, recordou.
Após entregar o celular, Caroline caminhou até o posto da guarda municipal. “Ouvi do guarda municipal que a situação é corriqueira e que os mesmos se sentem impotentes”, lamentou.
Em seguida, a funcionária ligou para a equipe da Polícia Militar que faz a cobertura da área. “Fiquei mais triste ao saber do policial que já conhecem a situação, a origem dos meliantes e até o ‘modos operandi’. E porque não tem nenhum policial no local? Cade a prevenção?”, questionou a atleta.
Portões fechados
Segundo os ciclistas, é comum eles encontrarem os portões de acesso ao parque, tanto do lado da Avenida Djalma Batista, quanto da Constantino Nery, fechados.
“Não é comum eles abrirem os portões. O único que estava sendo aberto era o da Constantino, sentido bairro-centro. Se os ciclistas que vinham da Djalma Batista quisessem entrar tinham que dar a volta para chegar nos bilhares”, disse a Cláudia Leite.
Ela contou que, segundo os guardas municipais, os portões são fechados por falta de efetivo para vistoriar a área.
“Perguntamos dos guardas o motivo dos portões estarem fechados e eles falaram que o efetivo estava pouco e eles não estavam dando conta do parque todo. É uma pena que esteja desse jeito, porque é um parque tão legal que deveria ser bem cuidado, um local bom para família caminhar e não aproveita por causa da insegurança”, lamentou Leite.
O que dizem as autoridades
Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) informou que uma equipe de manutenção da concessionária Manausluz iria ao parque nesta terça-feira (3), no segundo turno, para fazer um levantamento do que precisa ser feito no local e programar a reposição das lâmpadas.
A prefeitura Informou ainda que o serviço, realizado com certa frequência em razão do vandalismo, será fiscalizado pela Unidade Gestora de Projetos Municipais e Abastecimento de Energia (UGPM Energia), estrutura vinculada à Secretaria Municipal de Parcerias e Projetos Estratégicos (SEMPPE).
A Semmas disse também que está equacionando, junto com a Casa Militar, o reforço da segurança na área com a finalidade de reduzir a incidência dos delitos.
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